Terraplanistas admitem erro após fiasco na Antártida
Expedição ao Polo Sul termina em desmentido de crenças sobre formato da Terra
Um grupo de defensores da teoria da Terra Plana, liderado pelo pastor norte-americano Will Duffy, realizou uma expedição à Antártida com o objetivo de "provar de forma definitiva" que o planeta não é esférico. A viagem, denominada por Duffy como "experimento final", terminou com reações mistas entre os terraplanistas, incluindo a admissão de erros por parte de influenciadores do movimento.
O foco do experimento foi observar o fenômeno do Sol da Meia-Noite, um evento em que o Sol permanece visível por 24 horas durante o verão antártico — algo que só pode ocorrer em um planeta esférico com inclinação axial.
Jeran Campanella, um influenciador popular no meio terraplanista, reconheceu o erro em suas crenças. "Às vezes, cometemos erros na vida. Eu acreditava que não havia Sol 24 horas por dia. Na verdade, eu tinha quase certeza disso", declarou Campanella em um vídeo publicado após a viagem.
O fenômeno, amplamente documentado, é considerado uma prova científica inequívoca da esfericidade da Terra. Durante a expedição, no entanto, nem todos os participantes aceitaram a evidência como definitiva. Austin Whitsitt, outro membro do grupo, alegou que o fenômeno poderia ser explicado por modelos alternativos, mesmo sem apresentar bases científicas concretas
A viagem, que teve um custo individual estimado em US$ 31.495 (cerca de R$ 193 mil), gerou divisões na comunidade terraplanista. Parte dos seguidores começou a questionar as narrativas propagadas anteriormente, enquanto outros reforçaram teorias conspiratórias, acusando Duffy de colaboração com a NASA e desqualificando as evidências observadas como "encenações cinematográficas".
Campanella, que também é cocriador do canal GlobeBusters, com mais de 73 mil assinantes, admitiu publicamente que o modelo de mapa preferido entre os terraplanistas, o equidistante azimutal, já não parecia viável. Apesar disso, ele não chegou a afirmar categoricamente que a Terra é redonda, o que reflete o impacto emocional e ideológico do confronto com as evidências.
Embora a expedição tenha sido planejada para resolver um debate considerado obsoleto pela ciência, os resultados mostraram o poder das evidências e os desafios emocionais e culturais para desmontar crenças profundamente arraigadas.
O fenômeno do Sol da Meia-Noite reafirmou os princípios da física e da astronomia, mas a resistência de parte dos terraplanistas ilustra a dificuldade de mudar narrativas conspiratórias mesmo diante de fatos concretos.
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