TCU desmente Pazuello sobre parecer contrário a acerto com a Pfizer
O Tribunal de Contas da União desmentiu a versão apresentada pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (foto) à CPI da Covid para justificar a demora na assinatura de um memorando de intenções para a compra de vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas pela farmacêutica Pfizer. Em princípio, Pazuello atribuiu a órgãos de controle do governo parte da...
O Tribunal de Contas da União desmentiu a versão apresentada pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (foto) à CPI da Covid para justificar a demora na assinatura de um memorando de intenções para a compra de vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas pela farmacêutica Pfizer.
Em princípio, Pazuello atribuiu a órgãos de controle do governo parte da responsabilidade pelos problemas nas negociações. Segundo o ex-ministro, a Advocacia-Geral da União, a Controladoria-Geral da União e o TCU deram pareceres contrários à assinatura em razão de cláusulas impostas pelo laboratório. “Mas assinamos mesmo com as orientações contrárias. Se não assinássemos, a Pfizer não entraria com pedidos na Anvisa”, completou.
O TCU, contudo, rebateu o general do Exército ainda durante a sessão desta quarta-feira, 19. "Acabo de receber online uma informação do Tribunal de Contas da União afirmando que a corte nunca deu parecer contrário à compra de vacinas", contou o relator da CPI, senador Renan Calheiros.
Pazuello, então, recuou e disse ter cometido um equívoco. "Eu recebi aqui também. Eu reformulo. Me enganei. Era CGU e AGU. Peço desculpas. Confundi CGU com TCU", disse o ex-ministro.
Foi então que o senador Eduardo Braga contestou as informações reiteradas por Pazuello quanto à CGU e a AGU. O emedebista leu parte dos pareceres, que, em suma, indicaram não haver "óbices jurídicos intransponíveis" para o acerto com a farmacêutica e frisaram que a assinatura era "viável", sendo necessárias apenas adequações legislativas para pavimentar o caminho para o acordo.
Embora o governo tivesse ciência sobre a urgência de mudança da lei desde 2020, foi aprovada somente em março a proposta que permite que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios assumam a responsabilidade por eventuais efeitos adversos de vacinas avalizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, como exigiam Pfizer e Janssen.
O projeto partiu do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e, não, do governo federal. "A própria CGU reconhece que o projeto de lei resolvia o problema e que não houve iniciativa para resolver. Enquanto isso, brasileiros morriam", declarou Eduardo Braga.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (4)
Paulo I
2021-05-19 18:09:42Friamente: só os primeiros 100 milhões de vacinas da Pfizer custaram 6, 6 bilhões de reais. Imagine um negócio desse porte sendo feito às carreiras sem o devido cuidado. Aí sim, mereceria CPI, como merecem apuração os bilhôes que foram gastos por estados e municípios, atabalhoadamente, em hospitais de campanha (muitos desmontados pra não deixar rastro) e EPI's comprados de lojas de vinho, como aconteceu. Outra coisa: alterar a legislação nacional para atender exigência de produtor estrangeiro?
Sônia
2021-05-19 17:20:18PERDEU O CARA TER ,a honra e a vergonha nha na cara
PAULO
2021-05-19 15:46:42Tentar justicar a não compra de vacinas por questões burocráticas, é o ápice da hipocrisia. Eu nasci a noite, mas não ontem à noite. Que idiota acredita nessa cretinice?
Nádia
2021-05-19 13:08:47Um burocrata treinado pra mentir sem mudar o tom de voz. Mente junto com a verdade sem hesitar. Diz todas aquelas palavrinhas q servem tanto pra um lado quanto pra outro.. Lê mensagens até onde lhe interessa.. enrola alargando o texto por onde não há o menor sentido. Ou seja, utiliza todos os truques q qquer mentiroso golpista, utilizaria.Faz isso com voz forte, cara séria e ares de quem se preocupa em esclarecer. O povo só pode ser redimido de tanta desfaçatez se esse sujeito sair de lá PRESO.