Adriano Machado/Crusoé

STJ pode enterrar nesta terça inquérito do rachid de Flávio

16.03.21 07:25

O Superior Tribunal de Justiça vai retomar nesta terça-feira, 16, o julgamento que pode sepultar o inquérito que apura o suposto esquema de rachid no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Alerj.

A defesa do “01” alega que ele deveria ter sido investigado desde o primeiro momento na segunda instância da Justiça, em razão do mandato de deputado estadual que exercia na época do rachid. Caso a tese seja acolhida pela corte, todas as decisões do juiz que conduziu as investigações podem ser anuladas, até mesmo o relatório do Coaf que representou o ponto de partida da investigação. A sessão será iniciada às 14h.

Em um dos pedidos que serão julgados, o advogado Frederick Wassef, que defende Flávio Bolsonaro, usa o julgamento do Tribunal de Justiça do Rio que concedeu foro privilegiado ao senador nas investigações para argumentar que o juiz Flávio Itabaiana não era competente para conduzir as investigações. O magistrado foi responsável por autorizar buscas e apreensões, quebra de sigilo bancário e até mesmo a prisão do ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, apontado como o operador dos desvios. Se este pedido for acolhido, as provas produzidas a partir das decisões de Itabaiana serão anuladas, restando pouco para os promotores elaborarem uma nova denúncia contra o senador.

Outro recurso que os ministros vão analisar foi movido pela defesa de Fabrício Queiroz e tem o poder de implodir a investigação. Os advogados do operador de Flávio argumentam que houve irregularidades no compartilhamento de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, com o Ministério Público do Rio. Documentos do órgão deram origem à investigação, ao apontarem uma movimentação de 1,2 milhão de reais pelas contas de Queiroz em um ano. Se os ministros concordarem que o relatório foi produzido ilegalmente, todas as provas que vieram na sequência podem ser anuladas. Isso porque, segundo o entendimento vigente nas cortes superiores, uma prova obtida de forma ilícita no início das investigações teria o poder de “contaminar” todas as outras.

O julgamento do HC que questiona o envio das transações atípicas do senador para o MP seria realizado no dia 23 de fevereiro, junto da análise da quebra de sigilos. Diante de uma iminente derrota, o relator, Felix Fischer, pediu para adiar o julgamento. Na sessão, o ministro João Otávio de Noronha — que, em julho do ano passado, concedeu prisão domiciliar para Fabrício Queiroz — chegou a adiantar o teor do voto, favorável à anulação dos relatórios de inteligência financeira do Coaf.

Afirmou, na ocasião, que os documentos traziam informações detalhadas que equivaliam a uma quebra de sigilo bancário, mas enviada ao MP sem prévia autorização judicial. “Coaf não é órgão de investigação, muito menos de produção de provas. Ele tem que fazer o relatório de inteligência e mandar. Não pode ser utilizado como auxiliar do MP em termos de investigação. Não cabe ao Coaf, no termo da legislação. O conjunto dos fatos narrados convence, sim, da atuação irregular do Coaf buscando informações a pedido do MP para fortalecer a acusação. A invasão à esfera da intimidade e privacidade do paciente somente seria possível com autorização judicial“, disse Noronha, na ocasião.

Com o placar de 1 a 1, caberá aos ministros Joel Paciornik, Reynaldo Soares e Ribeiro Dantas decidirem se acompanham Noronha ou Fischer. No dia 23 de fevereiro, o trio seguiu o voto de João Otávio de Noronha pela anulação da decisão que determinou a quebra de sigilo bancário de Flávio e outros 94 investigados. Segundo os magistrados, o juiz Flávio Itabaiana não fundamentou adequadamente o despacho em que autorizou a medida. Com isso, todas as provas decorrentes dele foram excluídas. Elas formam um dos mais importantes pilares da denúncia do MP do Rio contra Flávio pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

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  1. O general HAMILTON MOURÃO que se prepare... definitivamente, não dará pra aguentar essa absurda calamidade em todos os sentidos até 2022. 》》》》》》》》》》》》》》 https://blogs.correiobraziliense.com.br/vicente/os-quatro-filhos-de-bolsonaro-estao-sob-investigacao-da-justica-e-da-pf/amp/

  2. Um juiz não sabe qual é a sua alçada de decisão? É óbvio que esse tipo de situação, é suscitada pela corrupção e pela negociata que tomou conta da justiça. Isso já aconteceu inúmeras vezes no passado. Ocorre agora no presente. E vai ocorrer no futuro, pois é do interesse dessas PUTAS BEM PAGAS do nosso judiciário. É vergonhoso isso que ocorre no Brasil.

  3. Brasil acima de td e a família JB Acima de tds. Na verdade as rachadinhas começaram com o patriarca. Seus filhos, como os filhos de Lula, já possuem mansão, empresas, dinheiro q aparece na conta. O povo....? o povo q se dane ... até q venha nova eleição.

  4. Parece que rachadinha todos fazem no Rio .A quem interessa criminalizar? Já no começo do PT ,todos que tinham cargo pagavam para o partido. Parece que ninguém sabe o que é legal e o que não é ,ou fingem não saber!Propina e a mesma coisa! A população está no mato sem cachorro,não tem a quem recorrer,vão enterrando todas as tentativas de dar uma melhorada no país!

  5. Justiça brasileira, em grande parte do tempo, trabalhando em prol de corruptos, ladrões que roubam a nação e o povo. Que país é esse? Jargão que não envelhece!!!!

  6. Nesse país é muito mais fácil pros réus que podem pagar bons advogados procurar vícios no processo do que de se defender. A que ponto chegamos. Quando essa quadrilha do 00 ao 04 vai ser enjaulada ?

    1. Nem precisa as defesas dos réus fazerem tantos esforços para encontrar os vícios processuais. A maioria dos servidores públicos que compõem as cortes dos tribunais de garantia encontram por eles. O BR vive o fenômeno do pleno conluio entre oligarquias de políticos, empresários e servidores públicos privilegiados que tomaram conta do Estado e se locupletam pela corrupção.

  7. Se enterrarem este caso, será o equivalente à liberação do Lula pelo STF. Mais uma evidência apoiando o que falo desde fevereiro de 2019: Bozismo = Lulismo!

    1. Peregrino — É a nova pecuária brasileira. A pecuária de adaptação.

    2. João, você nos faz concluir que o gado se adapta.

    3. Joao, quem diria que veriamos um bozista que defendeu com unhas e dentes a Lava Jato, o fim do foro privilegiado e o verdadeiro combate a corrupção, sendo agora defensor de bandido. Diz ai, deve tá ganhando algum pra ser advogado de corrupto aqui nos comentários né?

    4. João — Para mim corrupto é corrupto e todos deveriam ser presos. Não tenho bandido favorito, ao contrário dos bozolulistas.

    5. Idêntico, mas estes mesmos condenaram o cachaceiro por unanimidade. Comparado a ele o 01 deveria ser julgado pelo tribunal de pequenas causas. Doria também foi absolvido em caso de desvio de dinheiro público. Era culpado ou inocente?????

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