STF arquiva inquérito sobre ministro do TCU Aroldo Cedraz

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal rejeitou uma denúncia contra o ministro do Tribunal de Contas da União Aroldo Cedraz (foto) por tráfico de influência. Por três votos a dois, os ministros da turma decidiram arquivar o inquérito, contrariando recomendação da Procuradoria-Geral da República.

Apesar da decisão, o advogado Tiago Cedraz, filho de Aroldo, continuará a ser investigado na Justiça Federal de Brasília, com outros dois denunciados, por não ter direito ao foro especial no Supremo. Pai e filho foram acusados de terem recebido 2,2 milhões de reais da empreiteira UTC, investigada na Lava Jato, para influenciar no julgamento de processos sobre a usina de Angra 3.

Ao votarem pelo arquivamento da investigação, os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski consideraram que a denúncia não conseguiu provar a participação do ministro do TCU em nenhuma irregularidade.

"Parece que a PGR chega à conclusão que o crime de Aroldo Cedraz é ser pai de Tiago Cedraz", afirmou Gilmar, que considerou ter havido "inépcia" na denúncia. O ministro do Tribunal de Contas não foi citado diretamente por nenhum delator em que se baseou a acusação.

No dia 29 de agosto, a Lava Jato em Curitiba fechou um acordo de colaboração premiada que foi a primeira a mostrar uma ligação entre o executivo Mike Loya, da multinacional Vitol, e o Brasil Trade, grupo formado para atuar em esquemas de facilitação de negócios com a Petrobras que tinha como um dos integrantes Tiago Cedraz.