Sérgio Camargo desiste de selo não-racista: ‘Era apenas uma ideia’

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, desistiu da criação de um selo que ele mesmo anunciou nas redes sociais. O carimbo serviria para assegurar que pessoas “acusadas injustamente” de racismo não são racistas. Cobrado a dar explicações em um requerimento do deputado Orlando Silva, Camargo disse que tudo não passou de uma ideia sua, jamais discutida oficialmente pelo órgão. 

“O selo foi apenas ideias (sic) e já descartada pela Presidência, nunca houve abertura de procedimento administrativo para análise técnica ou jurídica sobre a admissibilidade da proposta”, escreveu o jornalista em ofício endereçado ao parlamentar e obtido por Crusoé. O texto foi encaminhado à Câmara pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. 

Em maio, Camargo anunciou no Twitter que a Fundação Palmares criaria o selo de “não racista”, “concedido a todos que injusta e criminosamente são tachados de racistas pela esquerda vitimista, com o apoio da mídia, artistas e intelectuais”. À época, o presidente anunciou que o design já estava em desenvolvimento e que um “célebre injustiçado” seria o primeiro agraciado. 

O desenvolvimento do selo é alvo de apuração do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, que notificou Sérgio Camargo no mês passado. O MP recomendou que ele zele “para que as páginas da Fundação na internet contenham exclusivamente a divulgação de atos ou notícias oficiais da instituição e/ou que guardem estrita relação com a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”.