"São pais, irmãos": a razão para jornalistas irem conhecer órgão de tortura venezuelano
Desde o mês passado, o regime de Nicolás Maduro na Venezuela tenta convencer jornalistas e outros profissionais de imprensa no seu país que participem de um curso para "desestigmatizar" a Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), órgão de inteligência ligado diretamente ao ditador e que foi definido como um órgão de tortura pela Organização das...
Desde o mês passado, o regime de Nicolás Maduro na Venezuela tenta convencer jornalistas e outros profissionais de imprensa no seu país que participem de um curso para "desestigmatizar" a Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), órgão de inteligência ligado diretamente ao ditador e que foi definido como um órgão de tortura pela Organização das Nações Unidas, a ONU.
Agora, um "vídeo promocional" tenta dar um ar lúdico à experiência, chamada de curso de "Capacitação de Jornalismo de Guerra".
"É um curso em se aprende a manejar suas emoções. O pessoal da DGCIM...todos sabem que eles têm sido completamente atacados e estigmatizados — na verdade é um pessoal humano. São pais, irmãos, amigos", diz uma das jornalistas convidadas para o treino.
"Não há uma ordem geral para que eles torturem e castiguem, como dizem por aí", ela continua.
Assista ao vídeo do curso:
O depoimento da jornalista é parecido com o discurso do diretor de assuntos especiais da DGCIM, Alexander Granko — que aparece no início do vídeo.
Como a DGCIM comete tortura?
A DGCIM foi identificada como um órgão de tortura em relatório de 2019 do Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, sob comando da ex-presidente chilena Michelle Bachelet.
"Na maioria dos casos, mulheres e homens foram sujeitos a uma ou mais formas de tortura ou tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, incluindo choques eléctricos, asfixia com sacos de plástico, afogamento forçado, espancamentos, violência sexual, privação de água e alimentos, situações de stress e exposição a temperaturas extremas. As forças de segurança e os serviços de inteligência, especialmente o Sebin e a DGCIM, recorrem rotineiramente a tais práticas para extrair informações e confissões, intimidar e punir os detidos", diz o relatório divulgado pelo Comissariado da ONU.
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2024-03-14 09:05:59É mais uma GESTAPO do comuNAZismo com um ditador insano manipulando a parte da imprensa que ainda resiste ... no Brasil órgãos de Estado tomam atitudes da NKGB russa contra os adversários do bando no poder e se nada for feito nosso destino é o mesmo E já sob claro golpe iniciado há anos no aparelhamento do Estado logo seremos escravizados pelo regime comuno bolivariano que em conluio faz o que quer no país ante a fraqueza dos pôdres poderes, é a opinião de um estudioso de estratégia que alerta.