Relação de Bolsonaro com auditor reacende debate sobre cessões de servidores do TCU
O escândalo revelado por Crusoé que envolveu o auditor do Tribunal de Contas da União Alexandre Silva Marques, acusado de elaborar um relatório falso sobre mortes por Covid, suscitou a retomada de um debate antigo e polêmico na corte: a cessão de servidores para trabalhar em órgãos fiscalizados pelo próprio TCU, com salários muito mais...
O escândalo revelado por Crusoé que envolveu o auditor do Tribunal de Contas da União Alexandre Silva Marques, acusado de elaborar um relatório falso sobre mortes por Covid, suscitou a retomada de um debate antigo e polêmico na corte: a cessão de servidores para trabalhar em órgãos fiscalizados pelo próprio TCU, com salários muito mais atrativos. A prática pode gerar conflitos de interesse e comprometer o controle externo exercido pelo tribunal.
Em 2019, Alexandre Silva Marques foi indicado para assumir uma vaga na diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O presidente Jair Bolsonaro, a quem o auditor é ligado, chegou a telefonar para o então presidente do TCU, José Múcio Monteiro, para pedir a cessão do servidor, mas o tribunal barrou a liberação. A maioria dos auditores de carreira é contra a cessão de colegas para a atuação em órgãos fiscalizados pelo TCU.
Se conseguisse aval para mudar de função, o auditor de controle externo teria um aumento expressivo no salário já polpudo. No tribunal, Alexandre ganha 35 mil reais por mês. Os vencimentos mensais dos diretores do BNDES são de 74 mil reais.
Uma resolução de 1989 proíbe a liberação de servidores para órgãos fiscalizados pela corte. “A resolução está alinhada com os padrões internacionais de auditoria, que preveem essa vedação justamente por conta do risco de conflito de interesse. Bancos públicos e empresas públicas por vezes têm vencimentos que podem ser bastante atrativos. Isso gera o risco de interferência nas auditorias em troca de um presente futuro”, explica Nivaldo Dias Filho, presidente da Associação da Auditoria de Controle Externo do TCU.
Segundo estimativas da entidade, pelo menos 14 auditores do TCU estão hoje cedidos a outros órgãos. Duas servidoras atuam temporariamente na CPI da Covid do Senado, o que é previsto como exceção e permitido por uma resolução interna, e dois auditores atuam no Conselho de Supervisão do Regime de Recuperação Fiscal, órgão que pode solicitar servidores do tribunal, graças à previsão de uma lei complementar. Portanto, 10 auditores atuam fora do TCU, em contrariedade às normas.
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Comentários (6)
Roy
2021-06-14 15:30:51Esse auditor tem que ser demitido.
Afranio
2021-06-13 11:26:271.324.223 motociclistas seguidores de Bolsonaro, em uma passeata em São Paulo. Não vi nada sobre esse assunto. Os jornalistas da Crusoe moram no Brasil 🇧🇷 é ?
Carlos
2021-06-12 20:16:38Esse cara está sendo útil agora.Quando o lunático de o golpe. Vai levar um chute na bunda. Porque ele é um traidor. Traíra não tem lugar em ditaduras. Tá fodido.
KEDMA
2021-06-12 13:02:55Tudo no Brasil tem um “jeitinho” brasileiro.
Vasconcellos
2021-06-12 12:31:48E a gente pagando um salário polpudo para um estúpido trair a função para a qual foi contratado. Para alimentar as mentiras do Desiquilibrado. Isto é uma ofensa profunda à nossa população sofrida.
Nyco
2021-06-12 10:19:07Atenção todos os ANTAS picaretas y sus jumentos doutrinandos. Corram todos lá na CNN para assistir a "Motociata" em homenagem ao MITO. Detalhe: Homenagem ao nosso presidente não é ATO POLÍTICO, COMO OS antas insinuam.