Recorde de presos políticos no século, diz ONG venezuelana
De acordo com a ONG Foro Penal, existem 1.697 presos políticos desde o início das manifestações contra a posse ilegítima de Maduro
A ONG Foro Penal, que atua em defesa dos direitos humanos na Venezuela, publicou um novo balanço no qual aponta recorde de presos políticos no país no século XXI.
"Registramos o maior número de presos com fins políticos conhecido na Venezuela, pelo menos no século XXI. Continuamos recebendo e cadastrando detidos", afirmou a Foro Penal.
De acordo com a organização, existem 1.697 presos políticos, sendo 1.495 homens e 202 mulheres, desde 2 de janeiro.
No balanço, a Foro Penal destaca que são 1.552 pessoas presas sem condenação, 145 condenados, 112 ainda sem julgamento e 15 sem status.
Além disso, a ONG aponta que o paradeiro de 38 indivíduos ainda é desconhecido.
Ainda há mais de nove mil pessoas sujeitas a medidas restritivas de liberdade em todo o território venezuelano.
Desde 2014, o regime chavista prendeu mais de 18 mil venezuelanos.
Há relatos de familiares de presos políticos sobre tortura nos cárceres do país.
Prisões
Segundo a ONG Povea, 24 pessoas foram mortas e 200 ficaram feridas nos protestos contra as ilegalidades na eleição.
Desde o dia 28 de julho, estima-se que as forças de Maduro prenderam 2.400 pessoas.
A ONG Foro Penal, que atua em defesa dos direitos humanos na Venezuela, denunciou que 69 adolescentes, de 14 a 17 anos, estão presos.
O número dois de Maduro, Diosdado Cabello, admitiu a detenção ilegal de menores.
Sequestro de María Corina
Desde o início do ano, a ditadura de Maduro intensificou a repressão aos manifestantes e opositores.
Na véspera da ilegítima posse, a líder da oposição María Corina Machado foi sequestrada por agentes do regime.
Menos de 24 horas da ação, María Corina deu novos detalhes:
"Fui bruscamente e fortemente arrancada da moto e me colocaram em outra. Fui colocada entre dois homens. Eles são assim: atacam uma mulher pelas costas.
"Para eu poder sair, eles me pediram que eu gravasse um vídeo como prova de vida. Isso me tomou várias horas, para que eu pudesse sair daquela área e poder me resguardar novamente. Foi então que percebi que o homem que conduzia uma das motos que me acompanhava na saída da manifestação tinha uma ferida de bala na perna, quando os homens da Polícia Nacional Bolivariana dispararam contra nós. Ele também foi detido. Eu estou bem agora, apesar de ter várias dores e contusões em algumas partes do meu corpo."
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