Ramos inflama disputa entre o Planalto e o Congresso em torno de auxílio
O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação do governo com deputados e senadores, atropelou o Congresso Nacional e, na manhã desta quinta-feira, 25, anunciou em suas redes sociais o que seriam os novos valores do auxílio emergencial durante a prorrogação do benefício. Logo depois, o ministro deletou o post,...

O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação do governo com deputados e senadores, atropelou o Congresso Nacional e, na manhã desta quinta-feira, 25, anunciou em suas redes sociais o que seriam os novos valores do auxílio emergencial durante a prorrogação do benefício. Logo depois, o ministro deletou o post, mas o estrago, que atinge ainda as relações com o Ministério da Economia, já estava feito.
Segundo Ramos, o auxílio emergencial, pago pelo Ministério da Cidadania, teria mais três parcelas em valores decrescentes de 500, 400 e 300 reais, ao custo total de 229 bilhões de reais. As novas balizas do programa social emergencial não estavam acertadas com o Congresso, onde a maioria dos parlamentares defende a manutenção dos 600 reais. O valor está acima do desejado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que já falou sobre a possibilidade de pagar 300 reais por mais dois meses.
O anúncio antecipado do ministro da Secretaria de Governo sobre novos valores antes das tratativas oficiais com o Congresso embola ainda o meio de campo das negociações para a criação de um programa social permanente de renda mínima.
Esta semana, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que a prorrogação do auxílio emergencial de 600 reais por mais dois ou três meses é viável, mas argumentou que a criação de um benefício permanente nesse patamar representaria sério risco às finanças do país. Ele quer discutir soluções para uma renda mínima permanente após a pandemia.
O pagamento do auxílio emergencial representou reforço para a popularidade do governo entre as classes mais baixas, mas, pressionado por Guedes, Bolsonaro reluta em bancar a prorrogação dos repasses de 600 reais por mais três meses. “A União não aguenta”, disse o presidente na segunda-feira. O chefe do Planalto discutiu a prorrogação do benefício com a equipe econômica em reunião na manhã desta quinta-feira.
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