Quem ganhou e quem perdeu na primeira eleição do Iraque após os protestos de 2019
O Iraque realizou eleições (foto) para o seu Parlamento com 329 cadeiras. Foi o sexto pleito desde que os Estados Unidos depuseram o ditador Saddam Hussein, em 2003. Foi também a primeira eleição depois dos protestos de 2019, em que a população foi para as ruas criticar a falta de eletricidade, a corrupção e a interferência...
O Iraque realizou eleições (foto) para o seu Parlamento com 329 cadeiras. Foi o sexto pleito desde que os Estados Unidos depuseram o ditador Saddam Hussein, em 2003. Foi também a primeira eleição depois dos protestos de 2019, em que a população foi para as ruas criticar a falta de eletricidade, a corrupção e a interferência estrangeira, principalmente iraniana, no país.
Em 2019, a repressão aos manifestantes deixou centenas de mortos e levou à renúncia do primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi. Como consequência, seu substituto, Mustafa al-Kadhimi, decidiu convocar eleições antecipadas.
Muitos políticos independentes que emergiram dos protestos de 2019 e querem reformas tiveram um bom desempenho nas urnas. "A mensagem que os eleitores iraquianos mandaram foi principalmente para os seus líderes políticos. Se algo foi dito para um país estrangeiro, então foi algo secundário", diz o pesquisador Abbas Khadim diretor do centro de estudos do Iraque no Atlantic Council, em Washington.
Com 94% dos votos apurados, o principal vencedor foi o clérigo xiita Moqtada al Sadr, que comandou uma das principais insurgências contra soldados americanos. Seu partido deve eleger cerca de 73 deputados, um número acima dos 54 de agora. Com isso, os "sadristas" deverão escolher o próximo primeiro-ministro, que pela Constituição sempre deve ser um muçulmano xiita.
Moqtada al Sadr tem uma postura dúbia com relação ao Irã. Ao mesmo tempo em que se aproxima da teocracia de Teerã, dá declarações contra interferência estrangeira, seja americana ou iraniana. "Todas as embaixadas são bem-vindas desde que não interfiram nas questões internas do Iraque", disse Sadr após as eleições. Sadr também tem prometido punir os corruptos. "Nós vamos fazer os corruptos prestarem contas, não importa quem eles sejam."
O grande perdedor foi a aliança Fatah, representando as milícias xiitas apoiadas pelo Irã. Conhecidas como Forças de Mobilização Popular, esses grupos armados foram importantes para derrotar o Estado Islâmico no país. Apesar do poderio militar inquestionável, eles não conseguiram muito sucesso nas urnas.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
MARCIO
2021-10-12 12:11:02Não tão ruim, nem tão bom, mas tão melhor que antes