Armando Olivo Martín del Campo via Wikimedia Commons

Quando até a maconha entra na guerra de Israel

10.02.24 17:03

Ao entrar no quarto mês, a guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza trouxe um efeito colateral inesperado para os israelenses: o país pode acabar sem haxixe, a resina de maconha. O motivo seria o boicote de traficantes israelenses ao país, devido à guerra contra os terroristas árabes.

Segundo o portal israelense Mako, os traficantes marroquinos — considerados os mais requisitados do mundo, devido à qualidade das drogas plantadas nas montanhas do Rife, no norte do país — decidiram cortar negócios com seus pares israelenses, e as razões seriam puramente políticas.

Tal como em países como o Afeganistão — que por décadas teve no ópio seu principal produto de exportação — o Marrocos teria uma cultura leniente com as centenas de toneladas e bilhões de dólares movimentados com o haxixe marroquino.

O jornal israelense, em uma decisão questionável, entrevistou pessoas que atuam no tráfico entre os dois países e apurou que o boicote não deve afetar economicamente os negócios: “Centenas de toneladas de maconha são vendidas a traficantes de drogas na Europa e na Escandinávia”, explicou um, dizendo que não menos que uma tonelada chega aos portos israelenses.

O haxixe marroquinho, no entanto, é altamente valorizado em Israel, chegando a 300 mil Shekels (405 mil reais) o quilo segundo o jornal. Outro traficante indicou ao jornal — anonimamente, claro — que nem intermediários dos traficantes marroquinos querem saber de israelenses. “Eles decidiram que por causa da guerra eles estavam boicotando-nos. Desde a guerra, perdemos muito dinheiro. Dezenas de milhões de shekels, pelo menos”, dissera,.

Um marroquino deu igual explicação ao jornal. “Por que os israelenses podem ganhar a vida vendendo cannabis marroquina quando nossos irmãos palestinos sofrem de fome e vivem em condições desumanas?”, disse o criminoso ao jornal israelense. “Vá comprar em outro lugar.”

Leia mais em Crusoé: Netanyahu rebate última proposta de cessar-fogo do Hamas

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