Promotores tentam barrar ex-assessor do governo Alckmin na 'Lava Jato Eleitoral'
Dois promotores de Justiça de São Paulo entraram com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público para anular a nomeação do colega Fábio Ramazzini Bechara (foto) ao cargo de promotor da 1ª zona eleitoral da capital, em que ficará encarregado de investigar as denúncias de caixa dois, corrupção e lavagem de dinheiro feitas por...
Dois promotores de Justiça de São Paulo entraram com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público para anular a nomeação do colega Fábio Ramazzini Bechara (foto) ao cargo de promotor da 1ª zona eleitoral da capital, em que ficará encarregado de investigar as denúncias de caixa dois, corrupção e lavagem de dinheiro feitas por delatores da Lava Jato.
O argumento apresentado é o de que Bechara estaria impedido de assumir a função "por questões éticas", uma vez que foi assessor da Secretaria da Segurança Pública entre 2013 e 2014, na gestão do ex-governador Geraldo Alckmin, do PSDB. O tucano é um dos investigados nos inquéritos eleitorais, pela acusação de ter recebido 10,3 milhões de reais de forma ilícita da Odebrecht nas eleições de 2010 e 2014. Alckmin nega.
A representação é assinada pelos promotores Luciana André Jordão Dias e Ricardo Manuel Castro. Ambos haviam se candidatado à vaga na 1ª zona eleitoral após a renúncia de Flávio Turessi, que ficou 11 meses no cargo e não denunciou ninguém. A função ficou com Bechara porque ele era o mais antigo na comarca. O ex-assessor da Secretaria da Segurança conseguiu a vaga após deixar, às pressas, o cargo de secretário-executivo do Ministério Público de São Paulo, para reassumir uma cadeira de promotor e ficar apto a se candidatar.
A nomeação de Bechara na 1ª zona eleitoral foi publicada nesta quarta-feira, 18, pelo procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, de quem o promotor foi assessor nos últimos três anos. Smanio já havia indeferido pedido de impugnação da indicação, feito por Castro. No Conselho Nacional do MP, a representação será analisada pelo conselheiro Otávio Luiz Rodrigues Júnior.
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Comentários (4)
Jussara
2019-12-19 18:29:39É o final dos temos!!! Quanta falará de decência!!!
Eduardo
2019-12-19 17:43:46O chefe do MP estadual é nomeado pelo governador. Aí coloca um promotor amigo para investigar o ex-chefe. Não é lindo? Vamos ver o que diz o CNMP que puniu o Deltan.
MARCONI
2019-12-19 16:36:46Só no Brasil a raposa cuida das uvas..
Carlos
2019-12-19 16:36:11Sempre a mesma tática, os acusados indicando , para não serem investigados.