Procuradores de três operações defendem lista tríplice para sucessão de Dodge
Os procuradores das forças-tarefas das operações Lava Jato, de Curitiba, e Greenfield e Zelotes, de Brasília, divulgaram nesta quarta-feira, 5, uma nota defendendo que o próximo procurador-geral da República seja escolhido da lista tríplice que será formada a partir de uma eleição interna no Ministério Público Federal. A eleição será realizada pela Associação Nacional dos...
Os procuradores das forças-tarefas das operações Lava Jato, de Curitiba, e Greenfield e Zelotes, de Brasília, divulgaram nesta quarta-feira, 5, uma nota defendendo que o próximo procurador-geral da República seja escolhido da lista tríplice que será formada a partir de uma eleição interna no Ministério Público Federal.
A eleição será realizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República no dia 18 de junho. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge (foto), não está na lista dos candidatos, mas não há impedimento para que ela seja reconduzida, porque não há obrigação legal para a lista tríplice ser seguida. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, seriam favoráveis à manutenção de Dodge no cargo.
A nota dos procuradores das três operações afirma que "a lista tríplice, necessária inclusive em eventuais reconduções, tende a promover a independência na atuação do procurador-geral em relação aos demais poderes da República, evitando nomeações que restrinjam ou asfixiem investigações e processos que envolvem interesses poderosos".
Procuradores que se candidataram a integrar a lista afirmaram ontem à noite, em debate na Procuradoria Regional da República da 3ª Região, em São Paulo, temer o risco de que Dodge seja reconduzida ao cargo sem fazer parte da relação.
Abaixo, a íntegra da nota:
Considerando que está em desenvolvimento relevante processo de debates públicos para a formação da lista tríplice para o cargo de procurador-geral da República, e que se trata de cargo chave para que a atuação contra a corrupção possa ser mantida e aprimorada, os procuradores que compõem as forças-tarefas das operações Greenfield e Zelotes, em Brasília, e Lava Jato, em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, vêm a público defender a importância de que a escolha pelo presidente da República seja feita a partir da lista que será formada neste mês de junho, pelas seguintes razões:
1. A lista tríplice qualifica a escolha do presidente da República, apresentando-lhe como opções integrantes da instituição com sólida história institucional e qualidades técnicas pretéritas provadas e aprovadas por procuradores e procuradoras que conhecem e acompanham há muito tempo sua atuação pública, inclusive recente.
2. O processo de formação da lista tríplice deve ser renovado a cada dois anos para que possa ocorrer uma análise ampla das posições, visões e histórico de gestão dos candidatos, em face das necessidades atuais do país, sujeitando-se à crítica pública, o que é uma importante forma democrática de controle social, em debates abertos e realizados em todas as regiões do país.
3. A lista tríplice, necessária inclusive em eventuais reconduções, tende a promover a independência na atuação do procurador-geral em relação aos demais poderes da República, evitando nomeações que restrinjam ou asfixiem investigações e processos que envolvem interesses poderosos, uma vez que o PGR tem, por exemplo, ampla influência sobre o devido e necessário encaminhamento de colaborações premiadas e inquéritos que investigam autoridades com foro privilegiado.
4. Por todas essas razões, a lista tríplice se consagrou como um mandamento nos Ministérios Públicos dos Estados e como um costume constitucional no âmbito federal. Só a lista tríplice garante a legitimidade interna essencial para que o procurador-geral possa liderar, com plena capacidade, os procuradores na direção do cumprimento dos fins da Instituição, inclusive em sua atividade anticorrupção.
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Comentários (10)
Sandro
2019-06-06 09:01:04Se não for um bispo será um paramilitar, esse povo (paramilitar) entende bem desse negócio de procurar, julgar e punir. falando em punir, outro q entend bem disso é o Sr MorningStar. Boa pedida!
Walton
2019-06-06 08:11:01Até onde sei, quem nomeia é o Presidente da República. O presidente eleito não precisa de "pitacos". Ele já tem o assessoramento de Sérgio Moro e do serviço de informação das Forças Armadas. Precisa de mais alguma coisa??
LUIS
2019-06-06 04:20:22Quem deve decidir é o presidente, com auxílio do Ministro da Justiça, Dr. Sergio Moro, que um dia lançou este raio de luz em nossa classe política e que tenta todos os dias, tirar nosso país desta escuridão ética e moral. Com certeza, o presidente deveráver e humilde o bastante e conversar com este cidadão que há muito representa os homens de bem deste país.
Marcia
2019-06-06 00:06:24raquelzinha só deve ter apoio do GM. Sua equipe totalmente alinhada com o STF, nunca acha provas contra os vigaristas. Tem de tomar um belo PNB em setembro.
André
2019-06-05 21:45:46Espero em breve ver essa verme longe.
ANTONIO
2019-06-05 17:42:17Imprensa imunda em campanha contra Deltan Dallagnol na PGR.
Maurício
2019-06-05 16:43:33Espero que seja respeitada a linha de ação politica que o povo elegeu, e não o que os "sindicatos" querem.
Vilma Brito
2019-06-05 16:43:32Eu faço torcida para DELTAN DELAGNOL. Ele está na lista tríplice?
Osvaldo
2019-06-05 16:32:45Esse negócio de associação e que nem os sovietes comunistas, tudo feito para sindicalista se eleger. Espero que o Bolsonaro acabe com mais essa palhaçada , ele tem a prerrogativa da livre escolha
Andrew
2019-06-05 16:20:36Mudança de chefia é saudável e comum.em.democracias