Por que os peronistas não defenderam Alberto Fernández na Argentina
Nenhum dirigente peronista defendeu o ex-presidente da Argentina Alberto Fernández, acusado de violência doméstica contra a ex-mulher Fabíola Yáñez (na foto, em visita ao Brasil no ano passado). Além disso, ninguém colocou em dúvida as acusações contra Fernández, que negou as denúncias. "Que ninguém tenha saído para denfendê-lo, nem mesmo as pessoas que trabalharam com...
Nenhum dirigente peronista defendeu o ex-presidente da Argentina Alberto Fernández, acusado de violência doméstica contra a ex-mulher Fabíola Yáñez (na foto, em visita ao Brasil no ano passado).
Além disso, ninguém colocou em dúvida as acusações contra Fernández, que negou as denúncias.
"Que ninguém tenha saído para denfendê-lo, nem mesmo as pessoas que trabalharam com ele, tem a ver com a crise que hoje existe no peronismo", diz o cientista político argentino Julio Burdman. "O peronismo está quebrado internamente. Perdeu seu espírito de grupo."
Segundo Burdman, a coesão interna do peronismo foi destruída após as eleições presidenciais do ano passado, vencidas pelo libertário Javier Milei, o atual presidente.
"Os peronistas ficaram muito acostumados com o poder, o que fez com que eles acabassem se afastando do eleitorado", diz Burdman.
Sem votos, o peronismo perdeu o poder e a coesão interna.
Cristina Kirchner, que foi vice-presidente de Fernández, foi uma das primeiras a reagir após as acusações de violência doméstica.
Na sexta, dia 9, ela escreveu no X: "As imagens que vimos ontem à noite difundidas pelas redes socials e em cadeia nacional, que constituem uma verdadeira revitimização da denunciante, são outra coisa. As fotos da senhora Fabiola Yañez com hematomas no corpo e no rosto, juntamente com as mensagens publicadas que revelam o diálogo entre ela e o ex-presidente, não apenas provam a surra que recebeu, mas também revelam os aspectos mais sórdidos e sombrios do condição humana. Permitem-nos verificar, mais uma vez e de forma dramática, a situação da mulher em qualquer relação, seja ela num palácio ou numa barraca. A misoginia, o machismo e a hipocrisia, pilares sobre os quais se baseia a violência verbal ou física contra as mulheres, não têm bandeira partidária e permeiam a sociedade em todos os níveis”.
Outra pessoa que prestou solidariedade à Fabiola foi a então ministra das Mulheres no governo de Alberto Fernández, Ayelén Mazzina.
"A violência de gênero existe. Não há cor política nem cargo. Sempre do lado das mulheres. Minha solidariedade para com Fabiola", escreveu Ayelén.
Em entrevista para o site Infobae neste domingo, 11, Fabiola afirmou que procurou a ministra quando sofria agressões, mas não obteve ajuda.
Leia em Crusoé: Ex-primeira-dama argentina diz que Ministério da Mulher não lhe protegeu contra presidente
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Comentários (1)
Magda
2024-08-13 13:48:23Lula acha que quando um time de futebol perde, seus torcedores podem descontar sua frustração nas companheiras. Foi assim que o filho dele bateu na mulher? De uma coisa tenho certeza, nenhuma dessas mulheres têm facas na cozinha.