Bruno Poletti/FolhapressMarcelo Odebrecht: liberdade total no final de 2022

Plano de recuperação da Odebrecht impõe derrota milionária a Marcelo

27.07.20 20:04

O plano de recuperação judicial do Grupo Odebrecht, homologado nesta segunda-feira, 27, pela Justiça de São Paulo, impôs uma derrota milionária a Marcelo Odebrecht, que já trava uma disputa judicial com a empresa que presidiu entre 2013 e 2015, quando foi preso pela Lava Jato. Com valor fixado em 83,6 bilhões de reais, o plano é o maior já feito na história do país.

Marcelo reivindicava um crédito trabalhista de 21 milhões de reais junto à Odebrecht, mas o juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, aprovou o plano de recuperação do grupo que definia como teto da dívida a ser paga a ex-acionistas controladores o valor equivalente a 150 salários mínimos, pouco mais de 150 mil reais.

Em abril, Marcelo questionou judicialmente o valor fixado no plano de recuperação aprovado pelo conselho do grupo, dizendo que receberia apenas 0,7% do crédito a que tinha direito. Outros sete ex-acionistas também tiveram o mesmo limite de pagamentos. Para outros ex-funcionários, o valor máximo autorizado pela Justiça é de 3 milhões de reais.

Na petição contra os termos da dívida trabalhista da Odebrecht, Marcelo afirma que a companhia favoreceu seu pai, Emílio Odebrecht, com quem rompeu na esteira do acordo de delação premiada fechado pela empresa, em 2016. Segundo o herdeiro, o patriarca recebeu 6,9 milhões de reais da empresa nos quatro meses que antecederam o pedido de recuperação judicial, em 2019.

Em maio deste ano, a Odebrecht moveu um processo contra Marcelo para tentar anular um contrato de 52 milhões de reais que a empresa assinou com ele em 2017, para pagamento de “honorários complementares” do período em que ele comandou o grupo. Segundo a nova direção da empresa, o termo foi assinado por meio de coação, o que Marcelo nega.

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  1. Parabéns pelo avanço da Lava Jato. Agora, que vergonha ver os bandidos que roubaram décadas ainda saírem com alguma coisa! A empresa deve ser preservada, mas os acionistas deveriam perder simplesmente TUDO!

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