Foto: Agência Câmara

PF encontra documento de avião e lista com valores a políticos em casa de Wilson Santiago

04.02.20 18:52

O deputado federal Wilson Santiago (foto), do PTB da Paraíba, terá seu destino decidido pelo plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 4, quando seus colegas de parlamento decidirão se mantêm seu afastamento imposto pelo Supremo Tribunal Federal, o STF.

Santiago foi alvo de busca e apreensão na Operação Pés de Barro, em 21 de dezembro de 2019, e afastado do cargo pelo ministro Celso de Mello, do STF. Ele é suspeito de receber propina de um empresário para beneficiá-lo na licitação para construção de uma adutora na cidade de Uiraúna, no sertão paraibano.

A PF filmou 16 entregas de valores para pessoas próximas ao deputado relacionadas aos desvios no certame. Além das imagens das entregas de dinheiro em espécie, durante as buscas a PF encontrou mais indícios da participação do parlamentar em crimes.

Um dos itens encontrados é uma agenda com uma série de anotações sobre, diz a PF, “pagamentos para personalidades politicamente proeminentes do estado da Paraíba, sendo citados deputados, prefeitos, ex-prefeitos e vereadores ligados a 62 municípios em ordem alfabética e respectivos valores”. Um dos que aparecem na lista é o prefeito de João Pessoa, capital da Paraíba, Luciano Cartaxo. À frente do nome dele aparece a cifra de 260 mil reais.

Outro documento apreendido que chamou a atenção dos investigadores estava em uma mala de mão de Wilson Santiago. Nela, os policiais federais encontraram um registro de controle financeiro relacionado a uma aeronave de prefixo PT-WRL. Para os investigadores, o registro indica para “graves indícios de ocultação patrimonial para fins de lavagem de dinheiro”. O motivo da desconfiança é que a empresa dona do avião tem como sócio Israel Nunes de Lima, filmado pela PF recebendo valores em espécie desviados na licitação para construção da adutora no sertão paraibano.

O advogado Luis Henrique Machado, responsável pela defesa de Wilson Santiago, disse que o parlamentar “jamais teve qualquer tipo de aeronave” e que não poderia comentar sobre as anotações com citações a políticos uma vez que não teve acesso ao material.

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