PF e MPF no DF abrem inquéritos para investigar compra de vacina indiana
A Polícia Federal instaurou nesta quarta-feira, 30, inquérito para investigar os indícios de corrupção na negociação pela compra da Covaxin, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, representado no Brasil pela Precisa Medicamentos. A apuração foi aberta a pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. Como mostrou Crusoé, ele...

A Polícia Federal instaurou nesta quarta-feira, 30, inquérito para investigar os indícios de corrupção na negociação pela compra da Covaxin, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, representado no Brasil pela Precisa Medicamentos.
A apuração foi aberta a pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. Como mostrou Crusoé, ele enviou ofício ao diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, na terça-feira, 29. Sem alvos definidos, a investigação tramitará no Serviço de Inquéritos, unidade da instituição dedicada a processos que envolvem políticos com foro privilegiado.
Os indícios de irregularidades foram levados a público pelo deputado Luis Claudio Miranda e pelo irmão dele e servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda. O funcionário público identificou problemas em notas fiscais apresentadas na negociação e se negou a assiná-las.
Se avalizado, um dos recibos abriria brecha para o pagamento antecipado de 45 milhões de dólares à Madison Biotech, uma offshore ligada à Bharat e sediada em Cingapura, um "paraíso fiscal". O nome da empresa não consta do contrato firmado entre o ministério e a Precisa.
As denúncias foram relatadas a Jair Bolsonaro em 20 de março, durante uma reunião no Palácio da Alvorada. À época, o chefe do Planalto disse que acionaria o diretor-geral da PF, mas não o fez. O caso, então, foi divulgado pelos irmãos Miranda na semana passada.
Em entrevista exclusiva a Crusoé, o parlamentar contou ter recebido uma proposta de pagamento de propina de Silvio Assis, que, segundo o relato, falou em nome da Precisa Medicamentos. A proposta supostamente aconteceu enquanto o congressista se deslocava para o carro, após uma reunião na casa do lobista que contou com a presença do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros.
O escândalo é alvo de apuração na CPI da Covid, que ouve, na quinta-feira, 1º, o sócio-administrador da Precisa, Francisco Emerson Maximiano, e da Procuradoria da República no DF, que, nesta quarta-feira, instaurou inquérito por sugestão de Luciana Loureiro.
A procuradora sublinhou que o governo federal comprou cada dose do imunizante indiano por 15 dólares, preço superior ao da negociação de outras vacinas no mercado internacional, a exemplo da desenvolvida pela Pfizer.
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Comentários (5)
Jose
2021-07-01 01:04:00Ainda precisa investigar? Não seria mais fácil simplesmente prender o Bozo e os Bozistas?
EUZENIL MARIA NASCIMENTO SILVA
2021-06-30 22:48:13Demorou + de 03 meses, isto só confirma que o PR prevaricou, alguma dúvida???
PAULO
2021-06-30 19:44:13Agora saberemos até que ponto a PF foi comprometida, pelas investidas nada republicanas, do Bolsonaro. Ainda bem para o Brasil, que temos outra frente de investigação, a CPI. Vai ser difícil varrer toda essa sujeira para debaixo do tapete.
Berilo Ferreira
2021-06-30 19:19:11Está tudo provado, basta fazer os indiciamentos e relatório final.
CARLOS
2021-06-30 19:13:45#seforprevaricaravise