Padre Cícero, agora um herói do povo brasileiro
O presidente Lula sancionou, ontem, uma lei que inclui o nome de Cícero Romão Batista, o Padre Cícero, como um dos heróis nacionais. Pela praxe, agora o nome do Padim Ciço vai ser inscrito em um livro de aço que se localiza na Praça dos Três Poderes, que homenageia de Tiradentes e Dom Pedro I...
O presidente Lula sancionou, ontem, uma lei que inclui o nome de Cícero Romão Batista, o Padre Cícero, como um dos heróis nacionais. Pela praxe, agora o nome do Padim Ciço vai ser inscrito em um livro de aço que se localiza na Praça dos Três Poderes, que homenageia de Tiradentes e Dom Pedro I a Ayrton Senna e Irmã Dulce.
Morto em 1934 aos 90 anos, Padre Cícero não era qualquer padre: era a liderança religiosa, social e política mais proeminente do Cariri, região no sul do Ceará. De viés conservador, ele foi ordenado 26 anos, e começou a ganhar fama popular durante a grande seca que afetou a região no fim dos anos 1870.
Quando o século XX se inicia, Cícero já era um padre excomungado, por supostamente ter criado uma farsa para se atribuir um milagre. Foi quando, de fato, começa sua carreira política: filiado ao Partido Republicano Conservador, o padre foi o primeiro prefeito de Juazeiro, em 1911 — dois anos depois, se tornou também o primeiro da cidade a ser afastado do cargo.
Ele sempre se declarou anticomunista, assim como via com bons olhos a Revolução de 1930, que tirou Vargas do cargo. "A Revolução foi uma intenção que Deus entregou aos brasileiros para se libertarem", disse o reverendo naquele ano, em entrevista ao jornal O Povo. "Eu desejo que os novos governantes sejam sobretudo administradores e não donos de uma grande fazenda, como vinha acontecendo até agora". (Ele próprio era fazendeiro e, apesar da alcunha de "Santo de Juazeiro", tinha em Floro Bartolomeu, o "Satanás de Juazeiro", seu braço-direito para assuntos políticos).
Chamado de "Coronel", por sua força política nos anos 1920, o novo herói da pátria chegou a ser mentor de outro líder político informal na região — Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Em 1926, foi o padre que mexeu seus pauzinhos para que o rei do cangaço fosse nomeado capitão pelas autoridades federais e ajudasse o governo do Rio de Janeiro a combater a Coluna Prestes. Devoto fiel de Cícero, Lampião chegou a ganhar a patente, mas não combateu Prestes.
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Comentários (2)
Renata
2023-10-12 11:13:40Correção - a Revolução de 30 colocou Getúlio Vargas no poder, não tirou.
Odete6
2023-10-12 09:26:57Sásinhora..... não faltava mais absolutamente nada. Numa hora dessas de stress planetário, olha só com o """quê'""" o sempre desocupado resolve se ocupar!!!!!!