Reprodução / Mehr News AgencyOs seis candidatos a presidente iraniano em 2024, em imagem da mídia estatal

Os seis homens que serão candidatos a presidente do Irã

10.06.24 13:07

O Conselho de Guardiães do Irã aprovou o nome dos seis candidatos a presidente do Irã, nas eleições marcadas para o dia 28 desse mês. Após 74 outras candidaturas serem rejeitadas (quase 94% dos nomes apresentados), os cinco candidatos da base de apoio ao aiatolá Ali Khamenei — e o único que se apresenta como pró-reformas no país — terão agora cerca de três semanas para disputar o voto no país e apresentar seus planos para o país.

São eles: Saeed Jalili, um ex-negociador do país para seu programa nuclear; Amir-Hossein Ghazizadeh Hashemi, comandante da Fundação de Mártires e amparo a veteranos feridos em nome do Irã; Mostava Pourmohammadi, ex-ministro do interior e da justiça nos governos de Mahmoud Ahmadinejad e Hassan Rouhani; e Alireza Zakani, o atual prefeito de Teerã.

O quinto nome é o do favorito, Mohammed Bagher Qalibaf (alto, à direita) . Ex-prefeito de Teerã e atual presidente do Parlamento do país, Qalibaf tem proximidade com a Guarda Revolucionária, o braço militar a serviço de Khamenei e que conta com altíssimo poder de influência dentro da política iraniana. É também visto como um linha-dura.

O único nome que se autointitula como “pró-reformas” é o de Massoud Pezeshkian, parlamentar no noroeste do país (abaixo, ao centro). O parlamentar já chamou eleições anteriores de “fraude” e disse ser culpa do governo os gigantescos protestos após a morte da garota Mahsa Amini em 2022, quando a morte da jovem por se recusar a usar turbante se tornou o maior protesto contra o regime iraniano desde a revolução islâmica desde 1979.

Ele ainda acusou os números da pandemia de Covid divulgados pelo governo central de “não serem reais”. Apesar de seu discurso, não é esperado que Pezeshkian se mostre como um candidato competitivo.

Todos agora concorrem pela vaga deixada aberta por Ebrahim Raisi, o presidente que morreu em um acidente de helicóptero no mês passado. A morte do “açougueiro de Teerã”, como era conhecido, chacoalhou o tabuleiro político do país, já que ele era visto como um possível sucessor do próprio Khamenei, hoje com 85 anos.

Dois nomes ficaram notadamente de fora: o primeiro foi o do ex-presidente Ahmadinejad, que tinha proximidade bastante pública com Lula quando ambos foram presidentes, nos anos 2000 — seu nome acabou rejeitado. Outro é o de Mojtaba Khamenei, filho do aiatolá, que era visto como um possível sucessor do pai.

Leia na coluna de Márcio Coimbra: Incerteza política em Teerã

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