Os novos alvos da Ucrânia na Rússia
A imprensa ucraniana revelou nesta segunda-feira, 27 de maio, que as Forças Armadas do país passaram a atacar sistemas da defesa anti-mísseis nucleares da Rússia. A ofensiva foi à estação de Orsk, na região sul da Rússia, e ocorreu no domingo, 26 de maio. O local fica a 1.800 quilômetros da fronteira russo-ucraniana, o que...
A imprensa ucraniana revelou nesta segunda-feira, 27 de maio, que as Forças Armadas do país passaram a atacar sistemas da defesa anti-mísseis nucleares da Rússia.
A ofensiva foi à estação de Orsk, na região sul da Rússia, e ocorreu no domingo, 26 de maio.
O local fica a 1.800 quilômetros da fronteira russo-ucraniana, o que fez dessa operação a mais distante da Ucrânia desde o avanço da invasão russa em escala nacional, em fevereiro de 2022.
A revelação desse ataque vem na esteira de outro, a uma estação em Krasnodar, próxima à Ucrânia, noticiado na sexta-feira, 24.
"E qual o problema?"
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a cobrar as potências ocidentais por mais equipamentos de defesa e, novamente, por mais envolvimento direto de seus exércitos na guerra que o país trava contra a Rússia há 27 meses. Em entrevista ao jornal The New York Times, o chefe de Estado — que já governa de maneira provisória, graças a lei marcial em vigor — cobrou que a Otan pare de se manter alheia ao conflito.
"A minha pergunta: qual é o problema?", questionou o presidente ucraniano ao jornal. "Por que não podemos derrubá-los? É defesa? É. É um ataque à Rússia? Não. Você está derrubando aviões russos e matando pilotos russos? Não. Então o que há em envolver os países da Otan na guerra? Não há isso. É defesa."
Ele diz que entrar na guerra em defesa direta da Ucrânia seria evitar que a Rússia avance, ao fim, sobre eles próprios. "Amanhã, todos esses mísseis voarão sobre esses países. Não duvide — é uma questão de tempo", advertiu.
Ele citou exatamente o que quer: o sistema de defesa aérea Patriot, desenvolvido pelo governo dos Estados Unidos. "A gente queria fechar nosso espaço aéreo sobre todas as nossas regiões e ter ainda 20 ou 30 sistemas. Vamos esquecer isso. Podemos ter sete? Você acha que é demais para o encontro de aniversário da Otan em Washington?", questionou Zelensky. "Para um país que está tentando se tonar um membro da Otan desde 2008? Para um país que está lutando pela liberdade e a democracia ao redor do mundo hoje?"
Há cinco anos no poder, Zelensky diz que raramente vê seus filhos, e que teme que ucranianos e estrangeiros comecem a esquecer dos horrores da guerra e da dificuldade em liberar territórios ocupados pela Rússia, como foi o caso de Kharkiv, a segunda maior cidade do país, que foi retomada pelos ucranianos. Mesmo com 20% do território ocupado por russos, o líder do governo de Kiev ainda diz que o país é um exemplo de liberdade e democracia no mundo.
"Quando a gente fala em democracia, eu creio que somos uma das nações mais democrática da Europa — que provou isso não com palavras, mas com força, armas e nossas vidas. Provamos isso para o mundo todo", disse o ucraniano ao Times, antes de concluir: "Tá ok. Vamos vencer. A gente precisa."
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