Os EUA estão prevendo um ataque israelense ao Irã?
Donald Trump quer continuar as negociações com o Irã. Mas a situação está se agravando. Israel tomará alguma medida antes da conclusão das negociações?

As negociações entre os Estados Unidos e o Irã estão em um ponto crítico, e a possibilidade de uma ação militar por parte de Israel está se intensificando.
Na quarta-feira, 11 de junho, autoridades americanas anunciaram a retirada de diplomatas da embaixada no Iraque, além da autorização para a saída de funcionários não essenciais e seus familiares do Kuwait e Bahrein.
A recente decisão dos EUA de reduzir o pessoal diplomático na região do Oriente Médio acende um alerta sobre a crescente tensão.
O presidente Donald Trump confirmou que essa medida foi tomada devido ao potencial de perigo na região, afirmando: "Eles estão sendo retirados porque pode ser um lugar perigoso. Vamos ver o que acontece."
Os temores dos EUA estão centrados na possibilidade de um ataque israelense ao programa nuclear iraniano, que poderia desencadear represálias do regime de Teerã contra alvos americanos.
Tal ação não apenas colocaria em risco a estabilidade regional, mas também comprometeria as atuais negociações nucleares entre Washington e Teerã.
Em reportagens recentes, emissoras como CBS e NBC citaram fontes anônimas que indicam que Israel está considerando uma operação militar em solo iraniano.
A preocupação em Tel Aviv é que um acordo entre os EUA e o Irã possa não ser suficiente para conter a ameaça nuclear.
Negociações sobre o programa nuclear
A sexta rodada de negociações sobre o programa nuclear deve ter início no domingo, conforme confirmado pelo ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi.
O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, se encontrará com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi.
Os EUA esperam uma resposta iraniana a uma proposta referente à enriquecimento de urânio, mas já enfrentaram resistência do líder supremo iraniano, Aiatolá Ali Khamenei, que descreveu a proposta como "totalmente contrária aos nossos interesses".
O impasse nas negociações levou Trump a expressar desconfiança sobre a possibilidade de um acordo. Em declarações recentes, ele afirmou: "Eles parecem querer atrasar as coisas, e isso me entristece."
Relatos indicam que os EUA propõem criar um consórcio internacional para enriquecer urânio fora do território iraniano, algo que Teerã rejeita firmemente.
Única alternativa
Trump continua a afirmar que, caso as conversas falhem, a opção militar poderá ser a única alternativa.
Esta semana, o comandante das forças americanas no Oriente Médio, Michael Kurilla, revelou ao Congresso que apresentou a Trump diversas opções para uma possível ação militar contra o Irã.
Embora tenha agendado uma audiência no Senado para discutir esse tema, Kurilla adiou sua aparição sem explicações.
O risco de um ataque
A presença militar dos EUA na região inclui várias bases estratégicas no Golfo Pérsico e outros países como Iraque e Síria, todas vulneráveis aos mísseis iranianos.
Um ataque por parte de Israel colocaria em risco não apenas suas próprias forças, mas também abriria espaço para represálias contra instalações americanas e possíveis ataques às instalações petrolíferas nos estados do Golfo.
Ainda assim, Netanyahu tem defendido há tempos ações militares contra o avanço do programa nuclear iraniano.
Com Teerã possuindo já várias centenas de quilos de urânio altamente enriquecido — suficiente para produzir material bélico — o primeiro-ministro israelense pode ver uma janela de oportunidade para agir antes da conclusão das negociações.
EUA e Israel
Há duas semanas, Trump alertou Netanyahu sobre os riscos de uma ofensiva enquanto as negociações estavam em andamento.
Recentemente, os dois líderes conversaram novamente; embora o conteúdo da discussão não tenha sido divulgado oficialmente, informações sugerem que Trump reiterou suas preocupações.
Pressão sobre o Irã
No entanto, enquanto essas tensões aumentam, o Irã também enfrenta pressão internacional. O Conselho Governamental da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) aprovou uma resolução condenando o país por violar suas obrigações nucleares.
Essa decisão pode ser um passo inicial rumo à reimposição de sanções internacionais ao Irã. França, Reino Unido e Alemanha devem decidir nos próximos dias sobre a reativação das sanções da ONU que haviam sido suspensas anteriormente.
Em resposta à crítica da IAEA, o governo iraniano anunciou planos para construir uma nova instalação de enriquecimento e prometeu mais medidas no futuro próximo.
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