Os 20 pontos da proposta de Trump para Gaza
Plano de paz inclui reconstrução do território, libertação de reféns e criação de comitê; Leia a íntegra

O presidente americano, Donald Trump (foto), apresentou um plano de paz para acabar com a guerra entre Israel e o Hamas.
A proposta foi aprovada pelo primeiro-ministro israelense, Benajmin Netanyahu, após uma reunião na Casa Branca.
Entre os principais, o plano prevê uma "reconstrução humanitária" de Gaza, a libertação de reféns e troca de prisioneiros.
O documento também indica a criação de um "Conselho da Paz", que será liderado por Trump e contará com a participação do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
Crusoé disponibiliza a íntegra da proposta de Trump:
"1. Gaza será uma zona livre de terrorismo e desradicalizada, que não representará uma ameaça aos seus vizinhos.
2. Gaza será reconstruída para o benefício do povo de Gaza, que já sofreu mais do que o suficiente.
3. Se ambos os lados concordarem com esta proposta, a guerra terminará imediatamente. As forças israelenses recuarão para a linha acordada a fim de se prepararem para a libertação dos reféns. Durante esse período, todas as operações militares, incluindo bombardeios aéreos e de artilharia, serão suspensas, e as linhas de batalha permanecerão congeladas até que sejam reunidas as condições para a retirada completa e gradual.
4. Dentro de 72 horas após Israel aceitar publicamente este acordo, todos os reféns, vivos e mortos, serão devolvidos.
5. Assim que todos os reféns forem libertados, Israel libertará 250 prisioneiros condenados à prisão perpétua, além de 1.700 moradores de Gaza que foram detidos após 7 de outubro de 2023, incluindo todas as mulheres e crianças detidas naquele contexto. Para cada refém israelense cujos restos mortais forem libertados, Israel libertará os restos mortais de 15 moradores de Gaza falecidos.
6. Assim que todos os reféns forem devolvidos, os membros do Hamas que se comprometerem com a coexistência pacífica e a desmantelar suas armas receberão anistia. Membros do Hamas que desejarem deixar Gaza receberão passagem segura para os países receptores.
7. Após a aceitação deste acordo, toda a ajuda será enviada imediatamente para a Faixa de Gaza. No mínimo, as quantidades de ajuda serão consistentes com o que foi incluído no acordo de 19 de janeiro de 2025 sobre ajuda humanitária, incluindo a reabilitação da infraestrutura (água, eletricidade, esgoto), a reabilitação de hospitais e padarias e a entrada de equipamentos necessários para remover escombros e abrir estradas.
8. A entrada de distribuição e ajuda na Faixa de Gaza ocorrerá sem interferência de ambas as partes, por meio das Nações Unidas e suas agências, e do Crescente Vermelho, além de outras instituições internacionais não associadas de forma alguma a nenhuma das partes. A abertura da passagem de Rafah em ambas as direções estará sujeita ao mesmo mecanismo implementado no acordo de 19 de janeiro de 2025.
9. Gaza será governada sob a governança transitória temporária de um comitê palestino tecnocrático e apolítico, responsável pela administração cotidiana dos serviços públicos e das municipalidades para a população de Gaza. Esse comitê será composto por palestinos qualificados e especialistas internacionais, com supervisão por um novo órgão internacional de transição, o “Conselho da Paz”, liderado e presidido por Donald J. Trump, com outros membros e chefes de Estado a serem anunciados, incluindo o ex-primeiro-ministro Tony Blair. Esse órgão estabelecerá a estrutura e administrará o financiamento para a reconstrução de Gaza até que a Autoridade Palestina conclua seu programa de reformas.
10. Um plano de desenvolvimento econômico de Trump para reconstruir e energizar Gaza será criado por meio de um painel de especialistas que ajudaram a dar origem a algumas das prósperas cidades modernas do Oriente Médio. Serão consideradas propostas de grupos internacionais para atrair investimentos, criar empregos, oportunidades e esperança para o futuro de Gaza.
11. Será estabelecida uma zona econômica especial com tarifas preferenciais e taxas de acesso a serem negociadas com os países participantes.
12. Ninguém será forçado a deixar Gaza, e aqueles que desejarem sair serão livres para fazê-lo e retornar. As pessoas serão incentivadas a permanecer e contribuir para a construção de uma Gaza melhor.
13. O Hamas e outras facções concordam em não ter qualquer papel na governança de Gaza, direta ou indiretamente. Toda a infraestrutura militar e ofensiva será destruída e não poderá ser reconstruída. Um processo de desmilitarização será supervisionado por monitores independentes e apoiado por um programa de recompra de armas e reintegração financiado internacionalmente.
14. Uma garantia será fornecida pelos parceiros regionais para assegurar que o Hamas e outras facções cumpram suas obrigações e que a Nova Gaza não represente ameaça à região.
15. Os Estados Unidos trabalharão com parceiros árabes e internacionais para desenvolver uma Força Internacional de Estabilização (ISF), que será implantada temporariamente em Gaza. A ISF apoiará e treinará as forças policiais palestinas, com apoio da Jordânia e do Egito.
16. Israel não ocupará nem anexará Gaza. À medida que as Forças de Defesa de Israel (FDI) estabelecerem estabilidade, se retirarão gradualmente com base em marcos acordados, até entregar o controle à autoridade de transição. Uma presença no perímetro de segurança será mantida temporariamente.
17. Caso o Hamas adie ou rejeite esta proposta, os demais termos, incluindo a ajuda humanitária, serão aplicados nas áreas de Gaza já liberadas do controle do grupo terrorista.
18. Um processo de diálogo inter-religioso será estabelecido para promover tolerância e coexistência pacífica entre palestinos e israelenses, valorizando os benefícios da paz.
19. À medida que o redesenvolvimento de Gaza avança e a Autoridade Palestina implementa reformas, serão criadas condições para a autodeterminação e eventual criação de um Estado palestino, conforme desejo do povo palestino.
20. Os Estados Unidos promoverão um diálogo entre Israel e os palestinos para definir um horizonte político viável para uma coexistência pacífica e próspera."
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