Oposição a Maduro pede ao TPI que investigue morte de presos políticos
Pelo menos três pessoas que estavam detidas por protestar contra a ditadura venezuelana morreram desde novembro
A Plataforma Unitária Democrática, que reúne a oposição ao ditador Nicolás Maduro, condenou na terça-feira, 17, a morte de três presos políticos na Venezuela devido à falta de atendimento médico e cobrou ação do Tribunal Penal Internacional, TPI.
Citando a Constituição venezuelana, que diz que "o direito à vida é inviolável" e o Estado deve proteger a vida das pessoas que estão privadas de sua liberdade, a PUD afirmou, em comunicado, que "a situação sofrida pelos presos políticos e comuns nas prisões venezuelanas violam os direitos humanos" e "constituem crimes para aqueles que têm a responsabilidade de fornecer a devida e oportuna assistência médica" aos presos.
"Esta negação do acesso à saúde tem causado a morte de vários cidadãos, aos quais foram negados os devidos cuidados médicos, apesar de, em muitos casos, os pedidos e reclamações de familiares terem sido tornados públicos e conhecidos", continuou.
"Esta situação infeliz é um comportamento sistemático e repetido ao longo todos estes anos, e longe de ser corrigida, a violação de todas as regras e convenções internacionais sobre direitos humanos, em particular a de 'Regras Mandela'", completou.
Por fim, a PUD pediu ao TPI que investigue a morte de presos políticos na Venezuela e fez um apelo à comunidade internacional e aos defensores de direitos humanos que continuem documentando os casos ocorridos no governo Maduro.
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"Maduro os está matando, de uma forma ou de outra"
A líder da oposição venezuelana María Corina Machado culpou Maduro pela morte de três pessoas detidas após protestos contra a farsa eleitoral de 28 de julho.
"Maduro os está matando, de uma forma ou de outra", disse a opositora ao condenar a morte de Osgual Alexander González Pérez, 43 anos, detido em 1º de agosto no estado de Lara.
Na quinta-feira, 12, morreu Jesús Rafael Álvarez, 44 anos, que estava detido desde 2 de agosto. Ambos estavam na prisão conhecida como Tocuyito, em Carabobo.
Em novembro, Jesús Manuel Medina Martínez , 36 anos, que foi detido em 29 de julho, "morreu em um hospital estatal depois de ter sido gravemente maltratado e estar em condições desumanas que lhe causaram necrose em ambas as pernas".
"A todos os três foi negado o atendimento médico adequado de que necessitavam com urgência. Três vidas ceifadas por um sistema criminoso, três famílias dilaceradas e cujos direitos humanos foram violados", disse a opositora.
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