Omitida por Bolsonaro, vacinação em Israel foi elogiada por general-embaixador
No dia 6 de janeiro, incomodado com as críticas que vinha recebendo pela demora do Brasil em iniciar sua campanha de vacinação contra a Covid-19, Jair Bolsonaro foi às redes sociais para apresentar dados sobre a imunização em outros países, em uma tentativa de demonstrar que, até então, uma porcentagem ínfima da população mundial tinha...
No dia 6 de janeiro, incomodado com as críticas que vinha recebendo pela demora do Brasil em iniciar sua campanha de vacinação contra a Covid-19, Jair Bolsonaro foi às redes sociais para apresentar dados sobre a imunização em outros países, em uma tentativa de demonstrar que, até então, uma porcentagem ínfima da população mundial tinha sido vacinada. Na postagem, o presidente brasileiro omitiu Israel, país normalmente idolatrado pelo bolsonarismo, que já tinha mais de 15% das pessoas vacinadas com o imunizante da Pfizer, aquele que vem sendo esnobado pelo Brasil.
Nas primeiras horas da manhã daquele mesmo dia, o general Gerson Menandro, nomeado embaixador em Tel-Aviv por Bolsonaro, enviou ao gabinete de Ernesto Araújo um longo telegrama em que resumia o sucesso alcançado por Israel, que lidera o ranking mundial países com mais imunizados, considerando o tamanho de sua população. “O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estabeleceu como meta a imunização total da população de Israel até o próximo feriado do Pessach, em fins de março. A época coincide com a data da próxima eleição geral, 23/3. Analistas diversos apontam que, em situação de múltiplas dificuldades políticas e jurídicas para o líder do Likud (o partido do primeiro-ministro), um êxito da campanha de vacinação lhe seria potencialmente muito benéfico no dia da votação”, escreveu Menandro.
A seguir, o embaixador-general elencou aspectos técnicos que favoreceram o país no início da vacinação, justificando as dificuldades enfrentadas no Brasil. “Israel é um país de dimensões geográficas e populacionais reduzidas, se comparadas com as do Brasil: são 9 milhões de pessoas em um território de apenas 21 mil quilômetros quadrados (algo equivalente ao estado de Sergipe)”, justificou. Segundo o militar, os israelenses não enfrentam dificuldades logísticas para a distribuição e aplicação das doses, que necessitam de refrigeradores específicos para serem armazenadas e conservadas a 70 graus negativos. De acordo com Menandro, o governo de Netanyahu sofreu “poucas críticas” e fez “intensa divulgação da campanha de imunização no decorrer das últimas semanas”.
Uma semana depois, no entanto, em outro telegrama a Brasília, o general ponderou que, apesar da vacinação acelerada, Israel estava vivendo uma terceira onda de Covid-19, com o aumento de casos da doença e a imposição de um terceiro lockdown – medida que só começou a ser flexibilizada em fevereiro. “A prolongação do 'lockdown' certamente deverá adicionar centenas de novos nomes à lista de cerca de 80 mil empresas e pequenos negócios que declararam falência em 2020, mesmo tendo sido beneficiárias dos progressivos auxílios governamentais e das reduções de taxas e de corte impostos, que se provaram insuficientes”, reportou o embaixador no dia 12 de janeiro.
Na sexta-feira, 12, Jair Bolsonaro conversou por telefone com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para tratar de uma possível parceria com Israel na importação de um spray que vem sendo testado pelos israelenses no combate à Covid-19. No encontro, os dois também conversaram sobre vacinação.
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Comentários (5)
Afranio
2021-02-16 08:06:29A Crusoe agora quer definir o que que o Presidente da República tem que falar. Canalhada Crusoe...
Maria
2021-02-15 09:39:28O artigo aparece cortado no meu aplicativo...
Odete6
2021-02-15 06:27:50É o "mecanismo" deitando e rolando, aproveitando-se inclusive da tragédia da pandemia e, acionando seus sistemas de dissimulação, simulação e omissão como e quando melhor e oportunisticamente lhe convém.
Laura
2021-02-14 21:21:40Gente, pelo amor de Deus, até eu q acho esse governo - q por sinal, não elegi - um horror absoluto, pra dizer o mínimo, não posso comparar 100% de imunização em Israel, com o desempenho do Brasil! O país inteiro tem menos gente do q a cidade de São Paulo! Tenham dó! E além de menos gente com q se preocupar, tem muito mais dinheiro do q nós...
LAVA JATO VIVE - L⤴
2021-02-14 15:54:28Bolsonaro é um governo sem oposição. Doria fazia esse papel, mas Aécio, o mafioso, dono do PSDB, se uniu ao Leite, para neutralizar o governador paulista. Um governo sem uma oposição efetiva, é péssimo para um país. Acredito que essa falta de disposição para se fazer oposição, tem haver com o MECANISMO. Mesmo com o Brasil quebrado, o MECANISMO funciona.