O retorno da república do boné
Integrantes do governo Lula voltaram a usar o acessório com slogan “O Brasil é dos brasileiros” em resposta a tarifa de Trump

Durante evento oficial nesta sexta-feira, 11, o presidente Lula, integrantes do Palácio do Planalto e militantes do PT voltaram a usar um boné azul com a frase “O Brasil é dos brasileiros”. O acessório havia sido utilizado em fevereiro como resposta à bancada bolsonarista, que adotou o boné do movimento “Make America Great Again” (MAGA), associado ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Criado pelo chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, o slogan tem como objetivo reforçar a defesa da soberania nacional. A retomada do uso do boné ocorre em meio à decisão de Trump de anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, como retaliação a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O tarifaço vai vigorar a partir de 1º de agosto.
O estratagema faz parte da campanha lançada pelo governo Lula campanha Defenda o Brasil.
A peça foi usada no início do ano por integrantes do governo, como o então ministro das Relações Institucionais e atual titular da Saúde, Alexandre Padilha; o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP); e o líder na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
“Vamos botar um boné do Brasil. Eu recebi essa sugestão e vou comprar um boné e entregar para cada um dos ministros na hora de votar. Isso é um orgulho para o Brasil. Ninguém bate continência para a bandeira de outro país”, disse Padilha à época.
Durante o evento desta sexta, Lula responsabilizou diretamente Bolsonaro e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pelas medidas anunciadas por Trump.
“Aquela coisa covarde, que preparou um golpe nesse país, não teve coragem de fazer, está sendo processado, vai ser julgado, e mandou o filho dele para os EUA pedir para o Trump fazer ameaça: ‘Ah, se não liberarem o Bolsonaro, vou taxar vocês’”, afirmou o presidente.
Lula também criticou a postura de Eduardo Bolsonaro. “É preciso criar vergonha na cara, porque a coisa mais pequena de um homem é ele não ter caráter. Vocês viram ontem o filho dele na internet lendo uma carta: ‘Trump fala que não vai taxar [o Brasil] se meu pai não for preso’. Que tipo de homem é esse, que não tem vergonha de enfrentar o processo de cabeça erguida e provar que é inocente?”, declarou.
Além da reaparição dos bonés, Sidônio Palmeira publicou nas redes sociais uma imagem com a frase “Bolsonaro quer taxar o Brasil”, em tentativa de vincular o ex-presidente à nova política tarifária norte-americana.
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