O que o fenômeno Nayib Bukele tem a nos ensinar
Ao vencer a reeleição em El Salvador com mais de 85% dos votos, o presidente Nayib Bukele (foto) se confirma como o político mais popular em toda a América Latina. Em uma região em que políticos de esquerda e de direita penam com baixa aprovação e orçamentos limitados, Bukele destoa como uma exceção, que pode...
Ao vencer a reeleição em El Salvador com mais de 85% dos votos, o presidente Nayib Bukele (foto) se confirma como o político mais popular em toda a América Latina.
Em uma região em que políticos de esquerda e de direita penam com baixa aprovação e orçamentos limitados, Bukele destoa como uma exceção, que pode fazer com que o pequeno país caribenho de 6 milhões de habitantes e que vive basicamente das remessas que mandam os salvadorenhos que trabalham nos Estados Unidos tenha uma influência desproporcional no resto do continente.
Bukele obteve um sucesso estrondoso em uma das áreas mais ingratas para os governantes atuais, a da segurança pública.
Há, claro, pontos que devem ser olhados com atenção. ONGs acusam as forças policiais de tortura, desaparecimentos e detenções arbitrárias. São ações feitas à margem da lei que devem ser contidas, pois atingem em cheio o Estado Democrático de Direito e afrontam as liberdades individuais.
Mas há também medidas louváveis, como o aumento do aprisionamento.
Bukele construiu presídios de segurança máxima e mandou para lá os chefes das principais gangues criminosas, as maras, o que ajudou a desarticular esses grupos.
Deu tão certo que o presidente do Equador, Daniel Noboa, tentou copiar a fórmula. As revoltas das organizações criminosas que ocorreram nos últimos dias foram uma reação às intenções de Noboa.
"Em El Salvador, Bukele conseguiu mudar a percepção de impunidade que havia na sociedade. As pessoas entenderam que, se cometessem um delito, teriam grandes chances de terminar em uma prisão", diz o coronel aposentado da Polícia Militar do Estado de São Paulo, José Vicente da Silva Filho.
Algo parecido acontece com o estado de São Paulo, que tem a maior taxa de encarceramento do país. Ao mesmo tempo, é o estado com a menor taxa de homicídios para cada 100 mil pessoas: 5,72. Para comparar, o Amapá tem 50 para 100 mil e a Bahia, 47 para 100 mil.
Em El Salvador, Bukele construiu a maior prisão do mundo, com vaga para 40 mil detentos. O local até foi visitado por políticos brasileiros no ano passado.
E as detenções ajudam a reduzir a propensão ao crime.
Criminosos que cumpriram pena têm uma chance menor de voltar a cometer atividades ilegais. Segundo um estudo feito em Pernambuco, cerca de 70% dos ex-detentos não voltam a ser pegos pela polícia por atos criminosos. "O ambiente prisional é tão opressivo que leva as pessoas que foram parar lá a não desejar voltar", diz Silva Filho. "É um sinal de que o aprisionamento ajuda na prevenção aos crimes."
Bukele, assim, vai na contramão de muitas autoridades federais do Brasil, para as quais o aprisionamento no Brasil é excessivo e deveria ser suavizado.
Na semana passada, Lula afirmou que é preciso "humanizar o combate ao pequeno crime no Brasil".
Para os 85% dos salvadorenhos que votaram em Bukele porque tiveram uma melhora significativa em suas vidas com a queda nas taxas de criminalidade, essa frase de Lula não teria apelo algum.
As prisões ajudaram a combater o crime, e os salvadorenhos estão muito felizes com isso.
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Comentários (1)
José Gilvan Herculano de Almneida
2024-02-05 14:23:29Ele esta usando a formula correta. Não exite segunrança tratando bandidos com disciriminados da sociedade. Parabém presidente. A democracia é muito boa, mas tem que ter limites.