Eleição de Biden: a íntegra dos telegramas enviados pela embaixada do Brasil em Washington a Ernesto Araújo
O embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster Jr., acompanhou passo a passo o desenrolar das eleições americanas, enviando ao menos 30 telegramas ao ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, nos meses de outubro e novembro, somando 154 páginas de informações. O diplomata narrou a Brasília as diversas alegações de fraude feitas pela campanha...
O embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster Jr., acompanhou passo a passo o desenrolar das eleições americanas, enviando ao menos 30 telegramas ao ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, nos meses de outubro e novembro, somando 154 páginas de informações. O diplomata narrou a Brasília as diversas alegações de fraude feitas pela campanha de Donald Trump e por grupos trumpistas nos EUA. No mesmo período, Forster abasteceu o governo brasileiro com informações sobre a equipe de transição de Joe Biden.
“Denúncias que têm emergido ao longo dos últimos dias relatam alegadas fraudes e irregularidades eleitorais de pequena escala no processo de apuração de votos das eleições presidenciais. As denúncias de maior escopo deram-se em dois estados: Nevada, onde ação judicial da campanha do presidente Donald Trump questiona cerca de três mil votos ilegais, supostamente depositados por indivíduos falecidos ou residentes de fora do estado; e na Pensilvânia, onde ação judicial da "Public Interest Legal Foundation (PILF)" alega haver 21 mil falecidos nos registros eleitorais da Pensilvânia. Neste último caso, não está claro se votos teriam sido depositados em nome dos registrados falecidos”, escreve Forster, em um dos documentos, datado do dia 6 de novembro, um dia antes de a imprensa norte-americana projetar a vitória de Joe Biden.
Àquela altura, o embaixador avaliou que “em qualquer cenário, as margens estreitas tornam certos processos de recontagem e ações judiciais adicionais, que poderão prolongar por diversos dias o processo de apuração e uma declaração final e consensual sobre quem teria sido vencedor”. No mesmo telegrama, o diplomata diz que existem “diversos relatos individuais em Michigan, Pensilvânia, Arizona e Nevada, alegando: i) tráfico de cédulas eleitorais em pequena escala; ii) intimidação e restrição de acesso de observadores eleitorais a locais de contagem de votos; iii) critérios de segurança insuficientes para verificação de assinaturas de eleitores em envelopes que enviam cédulas pelo correio; e iv) correção de cédulas preenchidas incorretamente por eleitores, de modo indevido, por mesários”.
Em outro documento, de 19 de novembro, Forster relata declarações emitidas pela equipe jurídica de Donald Trump durante coletiva de imprensa. “Na ocasião, foram detalhadas alegações presentes em ações judiciais já impetradas pela campanha de Donald Trump. Jenna Ellis esclareceu que os argumentos apresentados seriam apenas uma ‘declaração de abertura’, e que novas alegações, provas e ações judiciais poderão surgir”, escreveu. “Não apresentou, contudo, novas evidências”, sublinhou o embaixador. No mesmo telegrama, ele ressalta que um dos depoimentos apresentados pela campanha de Trump como evidência de fraude em Detroit foi considerado “simplesmente sem credibilidade” pelo juiz do caso.
Os expedientes diplomáticos, classificados como “ostensivos”, isto é, sem nenhum tipo de sigilo, também transmitem ao chanceler Ernesto Araújo os movimentos realizados pela equipe de transição de Joe Biden já em novembro. Em um desses telegramas, Forster informa ao Itamaraty sobre uma carta de altos executivos de 164 empresas americanas endereçada a Donald Trump em que eles pedem ao presidente o início do processo de transição para o democrata, antes, portanto, de o governo brasileiro reconhecer o resultado oficialmente.
Em nota, o Itamaraty disse que Nestor Forster não recomendou o adiamento, por parte do Brasil, do reconhecimento da vitória de Biden. “Os relatórios produzidos pela embaixada se limitam a transmitir aspectos relevantes do processo eleitoral americano, sem emitir juízo de valor que pudesse sugerir apoio a qualquer dos lados”, diz a chancelaria.
Leia a íntegra dos documentos:
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Comentários (10)
Odete6
2020-12-18 03:41:15Ja tivemos embaixadores brilhantes que orgulhavam e bem conceituavam o BRASIL. Agora, desde a marginalha petralha até a bolsonalha, apenas a vulgaridade e a insanidade de embaixadrogas e, por pouco, até mesmo um embaixadrogachapeiro!!! Coisa triste, coisa vergonhosa!!!! Coisa horrorosa, coisa criminosa, dilapidar dessa maneira a reputação de toda uma nação!!!!
ANTONIO
2020-12-17 17:43:27Ele fez um clipping simplório dos jornais americanos. Não é trabalho de inteligência, mas meras "embaixadinhas" sem valor.
Neusa
2020-12-17 13:45:52Mundo paralelo da " diplomacia", cada dia um novo vexame internacional. Se fosse só o prejuízo de " grupelhos ideológicos" que se ferrassem, mas são os negócios que turbinam o agronegócios e demais áreas que pagarão caro por isso!!
LUIZ
2020-12-17 12:34:37Esse araponga incompetente (incapaz) é mais um motivo de rirem do Brasil. Nada a surpreender já que foi assessor do Beiçola e é amigo do guri do cloroquina. Aliás, com tal inteligência, como pode ter sido assessor de ministro do STF? Será que lá também tem rachid?
KEDMA
2020-12-17 10:57:33O processo eleitoral americano é dos Estados Unidos da América. O que o embaixador fez, foi uma absoluta perda de tempo. Acho que está faltando serviço para esse senhor. 😠
Nádia
2020-12-16 21:37:48nice to meet you i'm THE source... kkkk
FRANCISCO
2020-12-16 20:59:02O Des-governo Bozofascista é um grande mar de lama e incompetência. O Cappo só tem interesse na famiglia, Milicianos, Queiroz, Reeleição e Rachadinhas. Ademais, quem manda no Itamaraty é o Ex-chanceler Bananinha!
César
2020-12-16 19:53:47Esse tal de Beato Salú não é fácil. É a cara do chefe!
Paula
2020-12-16 19:40:37Quem será esse informante que tem acesso total a esse tipo de conversa? Alguem amiguinho daquele juizeco???
Jose
2020-12-16 19:23:38O Arnesto não consegue gerenciar nem a mente dele, imagine gerenciar a diplomacia brasileira