O que diz o Acordo de Escazú, que o governo encaminhou ao Congresso
O governo Lula encaminhou nesta quinta-feira (11), ao Congresso Nacional, o texto do Acordo de Escazú, para que o Legislativo ratifique a participação do país. O tratado, que leva o nome da cidade da Costa Rica onde foi assinado em 2018, ficou parado durante os anos de Jair Bolsonaro e é retomado agora por Lula...
O governo Lula encaminhou nesta quinta-feira (11), ao Congresso Nacional, o texto do Acordo de Escazú, para que o Legislativo ratifique a participação do país. O tratado, que leva o nome da cidade da Costa Rica onde foi assinado em 2018, ficou parado durante os anos de Jair Bolsonaro e é retomado agora por Lula e pela ministra Marina Silva (foto), que tem interesse em acelerar a pauta ambiental.
A proposta busca garantir acesso às informações ambientais e ampliar a participação pública na tomada de decisões sobre o tema. Além de garantir o direito a um meio ambiente equilibrado (o que o Brasil já tem em sua Constituição), o país signatário desse Acordo tem de garantir o acesso à Justiça por causas ambientais e a segurança de ativistas.
Esse ponto é extremamente sensível ao país: o Brasil registrou a morte de 342 ativistas ambientais entre 2012 e 2021, de acordo com a ONG Global Witness. É o país onde mais se mata defensores no planeta, seguido por Colômbia (322) e Filipinas (270).
O documento nunca foi do interesse de Bolsonaro — que recebeu o texto pelo seu Ministério do Meio Ambiente e pelo Itamaraty, mas nunca o encaminhou ao Congresso Nacional. Agora, o mandato do petista tem outros planos. Apesar da pressão de entidades ligadas ao setor produtivo, o interesse em sediar a COP30, principal reunião sobre o meio ambiente, na cidade de Belém em 2025, deve ajudar na tramitação.
O Brasil foi um dos 24 signatários originais da proposta, mas ainda não havia ratificado os termos do acordo até 2021, quando o acordo entrou em vigor. Quatorze países já o ratificaram. Outros dez, entre eles o Brasil, aguardam sua assinatura. Mais nove nações da América Latina e Caribe foram convidadas a integrar o esforço, mas ainda não se manifestaram.
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Comentários (1)
Antonio
2023-05-11 16:25:40Nosso país tem a mais dura legislação ambiental do mundo civilizado. Se realmente houvesse um mínimo de interesse no meio ambiental dever-se-ia propor à europeus e americanos reciprocidade do código florestal. As bandeiras ambiental e da reforma agrária são disfarces para perseguições ao agronegócio.