Mônica Andrade/Governo do Estado de SP

O novo afago de Tarcísio às igrejas

03.06.24 10:28

Tarcísio de Freitas (Republicanos; foto), o governador de São Paulo, assinou nesta segunda-feira, 3, um decreto que garante a não taxação de itens importados por entidades religiosas no estado, no que é mais um aceno às igrejas evangélicas, base significativa do seu eleitorado.

Sem poder reduzir a alíquota do ICMS destes itens para zero ou torná-los imunes sem a autorização do Legislativo, Tarcísio optou pela opção mais discreta: o texto determina que a Secretaria da Fazenda “se abstenha de exigir o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na importação de bens por quaisquer entidades religiosas, desde que referidos bens se destinem à finalidade essencial dessas entidades.”

A medida é de grande valia para a Igreja Universal do Reino de Deus, que está ligada desde a criação do Republicanos, o partido de Tarcísio. Como o conceito de “finalidade essencial” é bastante vago, há a possibilidade que outros braços da Igreja de Edir Macedo consigam se valer desse benefício cruzado, como a TV Record — que transmite a programação da Igreja Universal durante parte do seu dia.

O governador paulista deu um passo adiante de uma polêmica proposta em discussão no Congresso Nacional: a PEC 5/2023, que busca garantir a isenção tributária aos itens adquiridos por entidades religiosas na ampliação de seu patrimônio, teria um impacto federal de até 1 bilhão de reais ao ano.

No ano passado, ainda imbuído de caráter “ecumênico”, Tarcísio Gomes de Freitassancionou, de uma vez, três projetos de lei para atender a três vertentes cristãs distintas. No fim de agosto o governador de São Paulo incluiu três comemorações na agenda oficial do estado.

Atendendo às aprovações da Assembleia Legislativa do estado (Alesp), o estado de São Paulo lembrará o “dia da Igreja de Deus em Cristo” em 6 de março; o “Dia de Abertura da Campanha da Fraternidade”, na segunda quinta-feira após a Quarta-Feira de Cinzas; o “Dia do Grupo Calebe Universal”, em 1º de Outubro; e o “Dia do Adolescente Quadrangular”, em 1º de maio.

Em nota, encaminhada quatro dias após a publicação da matéria, o governo de São Paulo disse que “a medida apenas reconhece o entendimento já pacífico e reiterado do Supremo Tribunal Federal acerca da imunidade tributária. Nesse sentido, a medida gera economia e elimina litigiosidade, reduzindo os custos do processo, evitando a condenação que era imposta ao Estado de restituir os valores, acrescidos de juros e honorários advocatícios.”

Leia na Crusoé: Como o governo de SP espera cortar 20 bilhões por ano e limpar seu caixa

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