O clipe que o líder da maior facção do Equador gravou (ainda preso)

José Adolfo Macías (foto), o líder de facção no Equador que fugiu da prisão nesta segunda-feira, 8, foi estrela de um videoclipe enquanto ainda estava preso. Em um vídeo com cenas gravadas dentro da prisão onde ele cumpria pena, em Guayaquil, o líder do cartel Los Choneros contribuiu para uma música de sua filha, conhecida como “Queen Michelle”.

A música foi gravada por Michelle em parceria com o duo “Mariachi Bravo”, e é um Corrido, tipo de música histórica mexicana focada em temas políticos, sentimentais ou históricos.

A letra é focada no “homem de muita honra / de caráter e muito boa pessoa / que não é como dizem por aí / um bom amigo cheio de humildade”

Veja o clipe:

“Por você, eu tiro o meu chapéu”, emenda a filha na sua passagem, “o espírito/ é o meu papai”. A música ainda cita as “penitências” que o cabeça dos Choneros passou em vida: o sequestro da sua filha-cantora (“graças a deus foi recuperada”, recontam os mariachis), o atentado contra seu filho, a morte do seu irmão.

A música conclui definido Fito como “patrão dos patrões”, enquanto este, dentro da prisão, é filmado lendo, interagindo com outros presos e mesmo acariciando uma galinha.

Fito, que cumpria pena de 34 anos por homicídios e roubos, é considerado o responável pela ameaça ao então candidato a presidente Fernando Villavicencio. Ele acabou morto em um atentado ainda durante o processo eleitoral.

Agora, após a sua fuga de uma prisão regional em Guayaquil, o presidente Daniel Noboa decretou estado em exceção no país, para tentar frear uma escalada da violência no país, seja da gangue dos Choneros, seja por combates com gangues rivais, como Los Lobos. Um grupo de 22 facções foram equiparadas a grupos terroristas, o que permitirá às forças armadas do país agirem com rigor máximo.

Facção criminosa liderada por Fito, a Los Choneros começou como um grupo de assassinos de aluguel no final da década de 1990. Desde então, o grupo expandiu suas atividades para o tráfico de drogas e roubos.

No Equador, eles são considerados a primeira facção a se associar a uma organização criminosa estrangeira, no caso, o cartel de Sinaloa, do México.

Ao todo, os Choneros somam cerca de 12.000 integrantes.