Reprodução/Instagram Vai-VaiCarro alegórico da Vai-Vai com estátua de Borba Gato pichada

O Carnaval de Silvio Almeida: ode ao crime e autopromoção

13.02.24 11:54

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, desfilou em duas escolas neste Carnaval.

Em São Paulo, ele esteve no desfile da Vai-Vai, escola que, no final de 2023, foi considerada como “reduto do PCC” em uma investigação da Polícia Civil de São Paulo.

Almeida subiu em um carro alegórico com uma enorme estátua do bandeirante Borba Gato pichada.

Ao seu lado estava o motoboy Paulo Roberto da Silva Lima, que foi preso em julho de 2021, acusado de atear fogo à estátua. No final de 2022, ele foi condenado e obrigado a prestar serviços comunitários.

Além de defender a depredação do patrimônio público, o enredo da escola também atacou a polícia.

Alguns sambistas apareciam com a roupa do Batalhão de Choque da Polícia Militar, com chifres saindo dos capacetes e asas de demônio.

 

Instagram/Vai-VaiInstagram/Vai-VaiSambista da escola de samba Vai-Vai em fantasia de policial com chifres
 

No Rio de Janeiro, Almeida desfilou pela Portela, representando o abolicionista Luiz Gama.

Como mostrou Crusoé na reportagem de capa Direitos Humanos só para amigos, Almeida instrumentaliza a figura do advogado Luiz Gama.

Como ministro, ele mudou o nome da Ordem do Mérito Princesa Isabel, que passou a se chamar Prêmio Luiz Gama.

A contribuição que o advogado Luiz Gama prestou à luta contra a escravidão é inegável. Gama foi um precursor na campanha pela abolição, ao trabalhar como advogado para libertar escravos. Almeida, contudo, resgatou o personagem histórico por outros motivos. Ele é o dono do Instituto Luiz Gama, criado em 2010.

No cargo de ministro dos Direitos Humanos desde o início do governo Lula, Silvio Almeida fez da pasta recém-criada um Carnaval.

Em setembro do ano passado, ele assinou um documento em defesa da ditadura cubana na sede do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, o MST.

Este ano, ao escrever uma nota condenando um ato de antissemitismo na Bahia, ele escreveu contra a islamofobia e atacou Israel. “A absoluta e necessária condenação do massacre contra o povo palestino na Faixa de Gaza, perpetrado pelo governo de Israel, não justifica e tampouco autoriza o antissemitismo“, escreveu o ministro.

Para Silvio Almeida, direitos humanos não são universais, pois ele nega esses direitos aos policiais, ao povo de Cuba e aos moradores de Israel que são vítimas de terrorismo.

Para o ministro, direitos humanos são só para amigos.

Assista ao Papo Antagonista sobre a nota de Silvio Almeida:

 

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