Foto: United States House of Representatives via Wikimedia CommonsNa Câmara dos EUA, democratas estão de um lado, republicanos de outro. Não há outros partidos

Nunca tantos americanos quiseram a ‘Terceira Via’

05.10.23 10:45

Há vinte anos, o Gallup — um dos mais conceituados institutos de pesquisa americanos — faz a mesma pergunta à população: “Em sua visão, os partidos Republicano e Democrata fazem um trabalho adequado representando as pessoas americanas, ou eles fazem um trabalho tão fraco que um terceiro partido majoritário é necessário?” Em 2023, 63% dos entrevistados pediram uma terceira via — o maior número da série histórica.

O apoio a um terceiro partido que tenha calibre para competir entre os duopolistas do sistema político americano era de 40% do eleitorado há 20 anos. Há dez anos, mantém se na casa dos 60% — agora, ameaça chegar a 2/3 dos eleitores.

Quem normalmente se identifica como “independente”, claro, apoia mais a criação da nova legenda (75% deles). Entre quem se identifica como eleitor regular de um partido, 58% dos republicanos dizem querer mais competição, assim como 46% dos democratas, em uma tendência de crescimento.

O Gallup, no entanto, não se sente capaz de bater o martelo sobre o que isso significa. “Não fica claro até que ponto os americanos desejam um terceiro partido, ou se é apenas uma maneira de expressar frustração com os dois partidos que disputam eleições e o governo no modelo bipartidário americano”, conclui o comunicado da pesquisa.

Seria uma mudança sem precedentes na política da maior economia do mundo, que elege candidatos dos mesmos partidos à presidência e para a maioria do Congresso há 171 anos. Antes, os Democratas tinham no partido Whig o seu principal rival — eles elegeram Zachary Taylor, o último presidente fora da divisão Democratas-Republicanos, em 1848. O partido Whig se desfez e sua fusão com outros grupos gerou o partido Republicano.

Não que outras legendas não existam desde então. Eles estão lá, do Partido Verde ao Partido da Maconha, porém sem a possibilidade de competir nacionalmente com as máquinas de Republicanos e Democratas. Candidatos independentes, no entanto, são capazes de causar mais estrago. Em 2016, Jill Stein e Gary Johnson tiveram mais de 1 milhão de votos; em 2000, Ralph Nader teve 2,8 milhões de votos que, acredita-se, custaram a vitória de Al Gore contra George W. Bush.

Não é só esse o problema de representação que abala os americanos. O país pode estar mergulhando em uma “gerontocracia”, com representantes políticos (bem) mais velhos que seus eleitores.

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  1. Não é necessário. Poderá inclusive transformar o país deles nesse circo de horrores de fundos partidários e outras calamidades como vergonhosamente acontece com o nosso. Os irmãos americanos precisam somente deletar esses marginais aberrantes, como o velho bagaço-de-latanja-vinagreira: o agente-laranja-trampo.

    1. ...o velho bagaço-de-laranja-vinagreira: o agente-laranja trampo.

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