Novo projeto constitucional do Chile também pode fracassar

Depois que os chilenos rejeitaram por 63% a 37% um projeto para a Constituição, em setembro do ano passado, um comitê de especialistas foi chamado para elaborar um novo projeto.

Pesquisas de opinião, contudo, mostram que o texto também terá dificuldade de ser aprovado pela população. Em um levantamento da Plaza Publica Cadem, só 34% se dizem a favor, e 51% são contra o novo documento.

Enquanto o primeiro projeto, escrito pela esquerda, falava de um estado plurinacional, acabava com as duas Casas legislativas e trocava o Poder Judiciário por “sistemas judiciais”, o atual, elaborado pela direita, defende “o direito à vida do nascituro” e a expulsão de migrantes ilegais.

Um novo referendo está marcado para o dia 17 de dezembro.

A ideia de que o Chile precisava de uma nova Constituição surgiu como uma tentativa de aplacar os protestos que paralisavam o país, em 2019. Embora não fosse uma demanda clara — era difícil entender o que os revoltosos queriam — os políticos abraçaram a ideia. A questão, contudo, é que os chilenos parecem não se entender sobre como deveria ser essa nova Constituição.