"No la ven": o que Milei quer dizer com isso?
O presidente da Argentina, Javier Milei, publicou uma mensagem enigmática em seu perfil no X, rede social anteriormente conhecida como Twitter, nesta terça-feira, 26 de dezembro. A postagem mostra a frente da Casa Rosada, sede do Executivo, com uma bandeira da Argentina pendurada sobre a sacada. Na bandeira, está escrito: "Não a veem", em espanhol...
O presidente da Argentina, Javier Milei, publicou uma mensagem enigmática em seu perfil no X, rede social anteriormente conhecida como Twitter, nesta terça-feira, 26 de dezembro.
A postagem mostra a frente da Casa Rosada, sede do Executivo, com uma bandeira da Argentina pendurada sobre a sacada.
Na bandeira, está escrito: "Não a veem", em espanhol "No la ven".
A mensagem faz referência a uma outra postagem de Milei, datada do sábado, 23 de dezembro.
Nessa publicação, o presidente argentino compartilha uma entrevista do falecido ator Hugo Arana com críticas ao liberalismo, em especial à "teoria do derrame".
Segundo essa teoria, o excesso de riqueza dos mais ricos beneficiaria os mais pobres ao movimentar mais a economia por meio, por exemplo, de maior investimento e consumo.
Em seu comentário, Arana afirmou: "Para você ser multimilionário tem que haver milhares de crianças desnutridas, doentes e deitadas em águas poluídas, morando em casas de madeira, senão não pode haver milionários".
"Como faço para equilibrar isso? Desculpe, mas não o vejo", acrescentou.
Na postagem de 23 de dezembro, Milei já contra-argumentava Arana.
"Aqui, Hugo Arana repetiu uma das frases mais aberrantes e mentirosas sobre o capitalismo de livre empresa. Para esclarecer a ignorância daqueles que repetem esta brutalidade, digo-lhes que no capitalismo de livre empresa as trocas são voluntárias, por isso, se houvesse um repercussão, seria a favor das duas partes que decidem fazer a transação", disse o presidente.
"Por outro lado, no capitalismo de livre empresa não há repercussões, porque se assim fosse, isso implicaria ineficiência e, no sistema em questão, isso levaria à falência", acrescentou.
Na publicação desta terça, Milei afirma que seus críticos não veem a reforma que ele pretende implementar com o seu decreto com pacotão econômico apresentado na quarta passada, 20 de dezembro.
Decreto
O decreto tem mais de 300 reformas previstas e não precisa passar pelo Congresso para entrar em vigor.
No anúncio pré-gravado transmitido em rede nacional, Milei, ao lado de seus ministros e funcionários do alto escalão, anunciou 30 medidas.
As principais que foram mencionas envolvem a eliminação de políticas de controle de preços previstos na Lei de Abastecimento, assim como de restrições às exportações.
Outras medidas importantes são a desregulamentação da legislação trabalhista, do mercado de aluguéis e de mecanismos de fiscalização do Ministério da Economia para práticas comerciais.
Há também a transformação de empresas estatais em sociedade anônimas (S.A.s) como primeiro passo para a sua privatização.
Clubes de futebol, que são entidades com jurisdição especial na Argentina, também poderão se converter em S.A.s com o decreto em vigor.
Como o decreto entra em vigor?
O decreto entra em vigor oito dias a partir do momento que for publicado no Diário Oficial da Argentina.
Neste caso, o decreto entra em vigor na sexta-feira, 29 de dezembro.
A partir de então, o chefe de gabinete da Presidência, Nicolás Posse, terá 10 dias para enviar o decreto ao Congresso da Nação para análise.
Uma comissão bicamaral composta por oito deputados e oito senadores terá outros 10 dias para emitir um parecer que será avaliado por ambas as Casas do Congresso.
Se o Legislativo não avaliar o DNU, ele continuará em vigência da forma como foi apresentado pelo Executivo. Esse, por exemplo, é o caso de centenas de decretos do ex-presidente Alberto Fernández.
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Comentários (1)
ROBERTO
2023-12-27 09:34:22Apesar de não concordar com ele, admito que o louco argentino é bem melhor do que o brasileiro. Perdemos para os argentinos de novo