No Equador, Rafael Correa saiu perdendo (de novo)
Nas eleições deste domingo no Equador, Daniel Noboa se tornou o líder democraticamente eleito mais jovem do mundo, e irá assumir o cargo no mês que vem, dias antes de completar 36 anos (Gabriel Boric, do Chile, tem 37 anos). Nascido em Miami, o filho de um magnata da banana que concorreu cinco vezes ao...
Nas eleições deste domingo no Equador, Daniel Noboa se tornou o líder democraticamente eleito mais jovem do mundo, e irá assumir o cargo no mês que vem, dias antes de completar 36 anos (Gabriel Boric, do Chile, tem 37 anos). Nascido em Miami, o filho de um magnata da banana que concorreu cinco vezes ao cargo não apenas venceu uma apertada disputa contra Luísa González, do partido Revolução Cidadã: ele venceu uma eleição contra o ex-presidente Rafael Correa (foto) e o seu "correísmo".
A figura do ex-presidente à frente do país por 10 anos entre 2007 e 2017 ainda é divisiva, e dá sinais de que está perdendo força. Após sua saída do poder, Correa foi sucedido por Lenín Moreno, um ex-aliado. Depois, quem assumiu foi Guillermo Lasso, que comandou um governo de direita em Quito. Agora, em uma eleição extraordinária causada por uma inédita "morte cruzada", Corrêa viu sua plataforma de esquerda novamente fora do poder.
Mais do que isso, Correa não consegue se livrar de denúncias nascidas na Lava Jato brasileira: ele e seu gabinete são investigados por crime organizado por aceitarem verba da Odebrecht no favorecimento de contratos. Correa e seu grupo teriam recibo 33 milhões de dólares, em valores de 2017 (cerca de 42 milhões de dólares, ou 212 milhões de reais, em valores atuais) da empreiteira brasileira.
Desde que a denúncia foi apresentada e ele se tornou réu, Correa se mandou do país. Há seis anos, o ex-presidente vive na Bélgica, país onde frequenta desde os tempos em que ali fez mestrado em economia. Em 2022, uma semana antes de ser condenado a oito anos de prisão no Equador, ele conseguiu um pedido de asilo em Bruxelas, o que impediu sua extradição de volta a Quito.
Correa apostava na vitória de sua Luisa González, ligada a seu governo, para retornar ao país— da mesma maneira que ocorreu em 2021, quando Andrés Arauz competiu contra Lasso. Não deu certo há dois anos e agora, novamente, Correa deve permanecer fugindo na Europa.
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Comentários (1)
Paulo Saboia
2023-10-16 12:14:33A candidata da esquerda que representava Correa apoiada por Cuba e Venezuela. Derrota tripla.