No desespero, Maduro vai contra a nacionalização dos recursos naturais
A nacionalização dos recursos naturais tem sido uma bandeira de vários governos de esquerda na América Latina. Na Venezuela, Hugo Chávez baixou um decreto em 2006 estabelecendo que a estatal PDVSA se tornaria sócia majoritária em todos os projetos petroleiros. Multinacionais que não quiseram se adequar às novas normas foram obrigadas a deixar o país....
A nacionalização dos recursos naturais tem sido uma bandeira de vários governos de esquerda na América Latina. Na Venezuela, Hugo Chávez baixou um decreto em 2006 estabelecendo que a estatal PDVSA se tornaria sócia majoritária em todos os projetos petroleiros. Multinacionais que não quiseram se adequar às novas normas foram obrigadas a deixar o país. No mesmo ano, o ex-presidente da Bolívia Evo Morales tomou duas refinarias da Petrobras e de outras companhias estrangeiras.
Agora, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), está caminhando no sentido oposto. O governo está negociando com a empresa russa Rosneft, com a espanhola Repsol e com a italiana ENi. A ideia é simplesmente deixar que os estrangeiros assumam a operação de algumas unidades. "Maduro está desesperado porque a produção caiu para os níveis de 1930 e a Venezuela está completamente sem dinheiro. Ele foi forçado a deixar a ideologia de lado", diz o economista venezuelano José Toro Hardy.
Antes de Hugo Chávez assumir o poder, em 1999, a Venezuela produzia 3,5 milhões de barris diários de petróleo. Pelos investimentos que estavam sendo feitos, atualmente o país deveria estar produzindo 5 milhões. Contudo, em meados de janeiro a produção estava em 714 mil barris por dia.
A PDVSA não apenas não tem capital para investir e elevar a produção como também não tem técnicos capazes para a função. Nas greves de 2002 e 2003, Chávez demitiu metade dos empregados da petrolífera, sendo que a maior parte deles tinha mais de quinze anos de casa. Com isso, a PDVSA hoje carece de bons quadros técnicos e gerenciais.
A solução então seria a de que os estrangeiros assumissem integralmente as instalações. O problema, contudo, é que não há existe hoje qualquer segurança jurídica na Venezuela. Qualquer companhia que colocar dinheiro por lá corre o risco de sofrer uma nacionalização em seguida. Além disso, poderia ter problemas com as sanções americanas.
"Dificilmente empresas americanas ou europeias aceitariam riscos dessa natureza", diz o economista venezuelano Giorgio Cunto, da consultoria Ecoanalítica, em Caracas. "O mais provável é que os russos, que têm sido muito agressivos para aumentar a participação no setor de energia, assumam essas instalações."
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Comentários (10)
Sebastião
2020-01-31 10:25:35Acho que o Lula, a Dilma, o Zé Dirceu, o Haddad, a Gleise, a esquerda representada pelo PSOL e PCdo B, mais Caetano Veloso, Chico Buarque e Zélia Duncan também deveriam ir pra Venezuela para ajudarem o Sr. Maduro, o ditador de plantão.
Odete6
2020-01-31 01:04:32É, Leandro, deveriam todos eles é se mudarem para lá definitivamente, para "usufruírem" o resto da existência do "sedutor" "paraíso socialista""!!
Rodrigo
2020-01-30 23:30:37Os frutos lógicos e naturais do socialismo. Quanto a eventual investidores a assumirem refinarias, está mais para os russos. Eles são os maiores fiadores do governo Maduro.
Leandro
2020-01-30 19:49:09Estava na hora das liderancas de esquerda lideres do Foro de Sao Paulo todas irem pra Venezuela ajudar Maduro. Onde esta o espirito de solidariedade do pessoal da esquerda? O do Chico Buarque dizem q esta em Paris.
Paulo Renato
2020-01-30 19:02:08Entregar as instalações para os russos como assim, se os russos não estão lá essa Brastemp? É trocar 6 por 1/2 dúzia.
Francisco de Freitas
2020-01-30 18:52:28Esse mesmo destino seria o do Brasil caso tivesse sido eleito o Haddad, hoje, administrando o país sob as ordens do Molusco, Zé Dirceu, Foro de Sao Paulo, junto ainda com Gleisse, Boulos e o restante da lixarada.
Volf MS
2020-01-30 18:49:18Esta passando da hora do Lula e Dilma irem até lá para ajudar o Maduro administrar melhor a Venezuela.
Getulio
2020-01-30 18:42:47A serviço, estive na Venezuela várias vezes. Era um país rico. O populismo barato afugentou não apenas investidores. Com o êxodo de engenheiros e técnicos de petróleo, iniciou-se emigração maciça de talentos. Quando é acentuada a fuga de cérebros, o que sobra no país é o resto. E o resto se encarrega de esculhambar tudo: a pesquisa, a produção, o refino e a distribuição de produtos essenciais ao crescimento. Que esperar de ineptos? Nada se aproveita; nem jazidas, nem mesmo a p**ra da árvore.
Paulo.Quaresma
2020-01-30 18:39:31É o socialismo dando "certo".
LuisR
2020-01-30 18:33:33Espanhóis e italianos vão entrar na maior fria. Azar deles! Com russos a conversa é diferente.