Na contramão de Bolsonaro, Teich diz que 'ninguém está pensando em relaxar o isolamento'
Apesar de o presidente Jair Bolsonaro pregar diariamente a flexibilização imediata do distanciamento social, o ministro da Saúde, Nelson Teich (foto), afirmou nesta quinta-feira, 30, “que ninguém está pensando em relaxar o isolamento”. O titular da pasta explicou que a diretriz com as orientações para a retomada das atividades em estados e municípios deve ser...
Apesar de o presidente Jair Bolsonaro pregar diariamente a flexibilização imediata do distanciamento social, o ministro da Saúde, Nelson Teich (foto), afirmou nesta quinta-feira, 30, “que ninguém está pensando em relaxar o isolamento”. O titular da pasta explicou que a diretriz com as orientações para a retomada das atividades em estados e municípios deve ser usada apenas à frente, quando os indicadores do novo coronavírus forem favoráveis.
Ao atingir o número de 85.380 pessoas diagnosticadas com Covid-19 nesta quinta, o Brasil ultrapassou a China, que tem 83.944 quadros, e passou a integrar o grupo dos 10 países com mais casos confirmados no mundo, conforme a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, que monitora a pandemia.
“A gente está trabalhando a parte de testes, a gente está melhorando a infraestrutura, a gente está acompanhando a evolução dos casos, tentando buscar um ponto de inflexão da curva. O dia em que todos esses critérios estiverem preenchidos, a gente vai estar, dentro da diretriz, dando um ‘ok’ para que se possa fazer uma tentativa de flexibilizar. Neste momento, ninguém está pensando em flexibilizar nada, a gente só está desenhando um projeto e uma diretriz”, argumentou em coletiva no Palácio do Planalto.
O oncologista acrescentou que "não dá para você começar uma liberação quando se tem uma curva em franca ascendência". Teich esclareceu que a diretriz discutida no governo sobre a flexibilização, a qual seria apresentada nesta semana, conforme anunciou o ministério, está pronta e disse estudar como divulgá-la para que não se transforme em "uma ferramenta de discórdia mais do que um auxílio para a sociedade".
"Eu tenho uma preocupação muito grande de como essa veiculação pode ser usada", pontuou. "Se liberar uma diretriz dessa puder soar como uma orientação ou recomendação de relaxamento, isso seria muito ruim, porque não é o caso."
O ministro disse ainda que vê os embates sobre o isolamento social em meio à pandemia “mais como uma discussão política do que social”. "Se a gente não parar para olhar o que está acontecendo para entender o que isso representa para a sociedade e ficar polarizando para dizer se é bom ou ruim... Isso não vai levar a nada", emendou.
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