Afegão que atropelou dezenas em Munique gritou "Allahu akbar"
Segundo informações divulgadas pela polícia nesta sexta-feira, 14, o ataque deixou 36 feridos, sendo dois deles em estado grave, incluindo uma criança de apenas dois anos
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No próximo dia 23 de fevereiro, a Alemanha irá às urnas para as eleições do Bundestag. O tema da migração já dominava os debates eleitorais antes do recente incidente em Munique.
No final de janeiro, um requerente de asilo afegão havia cometido um crime trágico em Aschaffenburg, resultando na morte de um homem e de uma criança de dois anos. Agora, outro episódio violento provocou uma nova onda de discussões.
Na manhã da última quinta-feira, 13 de fevereiro, um jovem afegão de 24 anos conduziu um veículo contra um grupo de manifestantes nas proximidades da praça Stiglmaier, no centro de Munique.
O evento contava com a presença de cerca de 1500 pessoas, que se reuniam sob a bandeira do sindicato Verdi em busca de melhores condições de trabalho.
Segundo informações divulgadas pela polícia nesta sexta-feira, 14, o ataque deixou 36 feridos, sendo dois deles em estado grave, incluindo, novamente, uma criança de apenas dois anos.
O ministro-presidente da Baviera, Markus Söder, visitou o local do incidente na tarde da quinta-feira e classificou o ato como um "suposto atentado".
Em sua declaração, ele ressaltou a necessidade de uma resposta firme: "Devemos agir com calma, mas nossa determinação está crescendo. Não podemos simplesmente reagir a cada ataque com pesar; é imperativo que promovamos mudanças significativas".
“Motivação islâmica”
Na manhã seguinte ao ataque, autoridades policiais e representantes do Ministério Público realizaram uma coletiva de imprensa para atualizar o público sobre o andamento das investigações.
A procuradora-chefe Gabriele Tilman informou que o suspeito admitiu ter agido intencionalmente ao atropelar os manifestantes e fez referências religiosas islâmicas durante seu depoimento.
A procuradora apontou indícios uma "motivação islâmico" por trás do crime. Guido Limmer, vice-presidente do Departamento de Polícia Criminal da Baviera, revelou que foram encontrados conteúdos com "orientação islamista" no celular do suspeito.
Até o momento, porém, não foram encontradas evidências de participação dele em organizações extremistas como o Estado Islâmico.
A polícia ainda destacou que o indivíduo agiu sozinho e que não há indícios de qualquer ligação formal com grupos terroristas.
O caso foi transferido para a Central da Baviera para Combate ao Extremismo e ao Terrorismo após o suspeito ter gritado "Allahu akbar" após o ataque.
Registros por furtos e pedido de asilo
Informações preliminares sobre o histórico do suspeito circularam rapidamente nos meios de comunicação.
O ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, afirmou que o homem tinha registros por furtos e deveria ter deixado o país.
A polícia esclareceu que ele chegou à Alemanha em 2016 como refugiado não acompanhado vindo da Itália.
Seu pedido de asilo foi negado em 2020; no entanto, ele não pôde ser deportado devido à classificação do Afeganistão como país inseguro segundo as normas do Escritório Federal para Migração e Refugiados.
Em abril de 2021, Munique concedeu uma permissão temporária ao homem e, posteriormente, em outubro daquele ano, ele obteve autorização para permanecer no país.
Durante esse período, frequentou a escola e iniciou uma formação profissional. De acordo com as autoridades policiais, ele residia em um apartamento alugado em Munique e era frequentador regular de uma mesquita.
Os investigadores também identificaram que havia um processo contra ele por fraude ao seguro-desemprego na Baviera; ele havia se registrado como desempregado enquanto trabalhava sem se desinscrever adequadamente do sistema.
Reações políticas
A ministra do Interior Federal Nancy Faeser prometeu aplicar a "máxima severidade" das leis contra criminosos. Segundo ela, a segurança dos cidadãos na Alemanha deve ser priorizada, e as legislações sobre deportação foram rigorosamente endurecidas recentemente.
Ela acrescentou que a Alemanha continua sendo o único país na Europa a deportar indivíduos para o Afeganistão mesmo sob a atual administração talibã.
Políticos de diversas orientações expressaram suas preocupações sobre os eventos trágicos nas redes sociais.
Friedrich Merz, candidato à chancelaria pela União Democrata Cristã (CDU), enfatizou a importância da segurança pública: "A segurança das pessoas na Alemanha deve ser nossa prioridade máxima".
Por outro lado, Robert Habeck dos Verdes pediu investigações aprofundadas sobre os antecedentes do crime e ressaltou a necessidade urgente de uma ofensiva pela segurança nacional.
Na mesma linha, Alice Weidel da Alternativa para a Alemanha (AfD) reiterou sua exigência por mudanças drásticas nas políticas migratórias durante suas declarações online.
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Comentários (2)
Denise Pereira da Silva
2025-02-15 07:11:28O sonho progressista da abertura de países a imigrantes refugiados tornou-se um pesadelo globalizado. Há diversos tipos de cultura no mundo. Não é possível a convivência pacífica entre pessoas com culturas tão diversas. Em algum momento o jogo vira. É da natureza do ser humano.
MARCOS
2025-02-14 10:02:15DIGAM NÃO À IMIGRAÇÃO.