Mendonça vota para suspender aumento do fundo eleitoral para R$ 4,9 bi
O ministro André Mendonça (foto), do Supremo Tribunal Federal, votou nesta quarta-feira, 23, para declarar inconstitucional o aumento dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, popularmente conhecido como "fundo eleitoral", para 4,9 bilhões de reais. A proposta do ministro é para que o caixa voltado ao custeio de candidaturas seja abastecido com apenas...
O ministro André Mendonça (foto), do Supremo Tribunal Federal, votou nesta quarta-feira, 23, para declarar inconstitucional o aumento dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, popularmente conhecido como "fundo eleitoral", para 4,9 bilhões de reais.
A proposta do ministro é para que o caixa voltado ao custeio de candidaturas seja abastecido com apenas a mesma quantia de dinheiro de 2020 -- cerca de 2 bilhões de reais --, com correção pela inflação, a contar do primeiro dia útil do mês de junho daquele ano.
Depois do posicionamento de Mendonça, o julgamento foi interrompido em razão do horário. O debate deve ser retomado nesta quinta-feira, 24, com os votos dos demais 10 ministros.
Para 2022, inicialmente, o governo propôs 2,1 bilhões de reais - valor próximo ao da eleição de 2018. O Congresso, com apoio dos partidos da oposição e aliados de Jair Bolsonaro, subiu a quantia para 4,9 bilhões, valor sancionado pelo presidente da República.
O STF analisa uma ação direta de inconstitucionalidade movida pelo Novo contra o trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022 que determina a adição ao fundo eleitoral de um valor correspondente a 25% da soma das dotações previstas para a Justiça Eleitoral em 2021 e 2022. Foi graças a esse dispositivo que o montante a ser aplicado no caixa saltou na Lei Orçamentária Anual.
Relator do processo, Mendonça apontou a inconstitucionalidade por ofensa ao sistema orçamentário constitucional. O ministro argumentou que não está entre as funções da LDO a possibilidade "de antecipar direta ou indiretamente a decisão de alocação de recursos a programas específicos, matéria essa reservada à Lei Orçamentária Anual". "A LDO não pode ultrapassar os limites que a fazem entrar no campo reservado à Lei Orçamentária Anual", pontuou.
Além disso, Mendonça viu violação ao princípio da anualidade eleitoral. Esse dispositivo estabelece que a "lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência".
O dispositivo acabou infringido, segundo Mendonça, pois, embora a LDO tenha sido aprovada e sancionada em agosto do ano passado, o trecho que trata, em específico, do fundo eleitoral entrou em vigor somente em dezembro. Isso porque foi naquele mês que o Congresso derrubou o veto de Bolsonaro ao dispositivo que permitia a elevação dos recursos.
"Os dispositivos vetados da LDO foram promulgados somente no dia 20 de dezembro de 2021", lembrou, acrescentando que, na esteira, a LOA foi sancionada em janeiro deste ano. "Constato, portanto, suporte fático para assentar a incompatibilidade entre o objeto impugnado e o paradigma constitucional consubstanciado no paradigma da anualidade eleitoral", emendou.
"O aumento do fundo eleitoral, em ordem de grandeza superior até mesmo a 200% em relação às eleições de 2020, possui o condão de afrontar a igualdade de chances entre candidatos, bem como impacta a normalidade do processo eleitoral como um todo, assim como não se encontra suficientemente justificada sua elevação", concluiu.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
Maria
2022-02-25 12:25:40Deu um parecer a favor do povo, mas foi vencido pelos mesmos de sempre.
Maria
2022-02-24 10:15:30PARABÉNS MINISTRO MENDONÇA!👏👏👏👏 MORO PRESIDENTE 2022! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷
MARCELO
2022-02-24 09:48:41Não fiquei nem um pouco surpreso, esta ação do Mendonça vai de encontro aos interesses bolsonarista. Corta-se a verba dos demais partidos principalmente os de oposição. Ao Centrão resta apenas 25 BI do orçamento secreto. Acho correto cortar estas verbas eleitorais absurdas mas o Mendonça esta atendendo aos interesses de Bolsonaro e não do Brasil. O governo tem uma caneta majestosa. Estou surpreso com o golpe de mestre corta as verbas eleitorais e sai bonito na foto.
Ubirajara
2022-02-24 08:13:28Que ótimo! Espero que os outros ministros seguem o seu voto.
Marcelo
2022-02-24 06:15:43Mandou bem
Rodrigo
2022-02-23 23:55:46Nicodemus o Rabo!
Bartolomeu
2022-02-23 23:01:31Opa, me surpreendeu, Mendonça! Argumentos muito bem embasados é um voto que eu não contava. Faltam só mais 5 pra derrubar essa vergonha de fundo, esse escárnio!
Nyco
2022-02-23 20:44:42A _ ODE a Arnaldo Jabor - Bolsonaro é um tipo sem etiqueta, daqueles q encontramos coçando o saco num barzinho jogando bilhar. Apesar d ter mais estudo do q qq professor de humanas da geração Paulo Freire e mais inteligência emocional do q qq outro político brasileiro, não há polidez em suas palavras em suas palavras e tão pouco elegância em seu comportamento. Isso é o q mais incomoda artistas, jornalistas, feministas mal amadas e complexadas, homens frágeis oportunistas, religiosos falidos ...
Jose
2022-02-23 20:23:10Kkkkkkkkkkkkk. Quando o Bozista viu que nem a dinheirama do fundão ajudaria a reeleger o dono, ele resolveu ser contra, kkkkkkkkkkkkkkkkk. Como eu falei: bozistas já sabem que serão destroçados nas urnas. E olhem que a campanha nem começou!
Nilson
2022-02-23 20:21:01Basta um destes togados pedir vista que é o mesmo que sentar em cima e este assunto vai pro ralo.