Medrades alega exaustão e Omar Aziz adia depoimento
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (foto), adiou para as 9 horas desta quarta-feira, 14, o depoimento da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades. Depois dela, a comissão deve ouvir o sócio-diretor da empresa, Francisco Emerson Maximiano. Aziz atendeu pedido da farmacêutica, que alegou à comissão estar "exausta". A requisição foi deferida...
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (foto), adiou para as 9 horas desta quarta-feira, 14, o depoimento da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades. Depois dela, a comissão deve ouvir o sócio-diretor da empresa, Francisco Emerson Maximiano.
Aziz atendeu pedido da farmacêutica, que alegou à comissão estar "exausta". A requisição foi deferida depois de Medrades assegurar que, se reagendada a oitiva, colaboraria com as investigações. A diretora da Precisa deu a garantia após a senadora Eliziane Gama questionar se ela estava em silêncio por medo da autoincriminação ou pelo cansaço.
"Senhora senadora, eu estou sem condições físicas e psicológicas. Não tem crime, não tem irregularidade. Eu estou disposta a esclarecer", respondeu Medrades. Indagada se, amanhã, "falaria tudo" sobre o caso Covaxin, a farmacêutica respondeu de forma positiva. "Sim. Minha intenção é colaborativa".
A oitiva de Medrades começou pela manhã. A depoente chegou à CPI amparada por um habeas corpus concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux. A decisão do ministro autorizou a farmacêutica a ficar calada quando questionada sobre temas que podem levá-la a gerar provas contra si, mas deixou claro que ela teria de prestar esclarecimentos sobre os demais fatos.
Ainda assim, Medrades silenciou diante de todas as perguntas, mesmo as básicas, como o vínculo dela com a Precisa Medicamentos. Irritados, os senadores acionaram Fux, por meio de embargos de declaração, para que o ministro esclarecesse a extensão do habeas corpus.
Em resposta, no início desta noite, o presidente do STF foi sucinto. Fux pontuou que cabe aos advogados de Medrades a avaliação sobre quais indagações ela pode responder sem o risco de autoincriminação. Frisou, porém, que a CPI pode adotar as "medidas cabíveis" caso constate que ela abusa do direito ao silêncio.
O depoimento, então, foi retomado por volta das 19 horas e 30 minutos. No retorno, Medrades voltou a se esquivar das perguntas, se negando a responder, por exemplo, de que forma é remunerada pela Precisa Medicamentos -- diretamente ou por meio de uma intermediária -- e como chegou à empresa.
O senador Alessandro Vieira alegou que a exaustão não se tratava de uma justificativa suficiente para o silêncio e alertou que a farmacêutica poderia ter a prisão decretada pela CPI.
"Exaustão ou coisa parecida não é justificativa para depoente responder ou não responder. Não funciona assim. Então, se Vossa Excelência [Omar Aziz], por ato unilateral de benevolência, resolver realizar uma nova sessão de depoimento, que o faça. Mas, a prosseguir desta forma, que Vossa Excelência avalie a necessidade de prisão por resposta indevida", disse.
Depois do debate, Aziz aceitou adiar a sessão. "Espero que a senhora esteja aqui às 9 horas da manhã para responder todas as perguntas, todas as perguntas que nós faremos. Veja bem, a senhora que está se comprometendo aqui."
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Comentários (4)
Basílio
2021-07-14 08:58:08Quando uma pessoa recorre ao STF para ficar em silêncio em uma CPI, é porque tem culpa no caso, ou pretende corroborar com os envolvidos nas suspeitas.
Robson
2021-07-14 07:18:39Quem tem cool, tem medo.
Sergio
2021-07-14 00:44:21Braga Neto. General LAMBE BOTAS.
Jose
2021-07-13 23:28:39Nunca vi alguém ficar exausta de tanto ficar em silêncio, kkkkkkkkk. Deve ter sido consciência pesada!