Massacres em El-Fashir intensificam crise humanitária no Sudão
Confronto entre forças rivais já deslocou mais de 16 milhões de pessoas
                        Vídeos e imagens que circulam nas redes sociais mostram massacres em massa em El-Fashir, capital do estado de Dafur do Norte, no Sudão.
Os ataques ocorrem há mais de dois anos, desde que as Forças de Apoio Rápido (RSF) iniciaram uma guerra contra as Forças Armadas Sudanesas (SAF) por recursos naturais e de terras no país.
As RSF têm raízes em milícias como os Janjaweed, que atuaram na primeira grande crise de Darfur, no início dos anos 2000.
Eles são acusados de promover uma limpeza étnica no país.
Até o momento, nenhuma tentativa de mediação no paz teve sucesso, e grande parte dos civis precisaram fugir.
Entre os deslocados estão milhares de cristãos.
O Sudão vive a maior e mais rápida crise de deslocamento do mundo.
São quase 12 milhões de pessoas deslocadas internamente e mais de 4 milhões de refugiados em países como Chade, Etiópia, Sudão do Sul, Uganda e Egito.
Além disso, mais de 30 milhões de sudaneses precisam de ajuda humanitária.
Relatórios apontam violência sexual generalizada envolvendo mulheres, meninas e até crianças menores de cinco anos de idade.
Esse tipo de violência é usado como arma de guerra para aterrorizar e traumatizar civis.
Nigéria
A violência também atinge diretamente cristãos na Nigéria.
Organizações terroristas como o Boko Haram, no norte do país, e o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês), perseguem cristãos em diversas regiões do país.
Os ataques são facilitados devido à ineficácia das ações governamentais contra os grupos criminosos.
De acordo com a ONG Portas Abertas, a Nigéria foi responsável por 69% das mortes de cristãos no mundo, ocupando a 7ª posição da Lista Mundial da Perseguição 2025.
Ao todo, mais de 3.100 nigerianos foram assassinados em razão da fé.
Já 2.380 foram sequestrados por organizações jihadistas.
Pressão de Trump
O governo da Nigéria, no domingo, 2, afirmou que aceitaria apoio militar dos Estados Unidos no combate a grupos extremistas islâmicos, desde que a soberania do país seja respeitada.
A declaração foi feita após o presidente americano, Donald Trump, ameaçar intervir caso o país não contenha os ataques contra cristãos.
"Recebemos bem qualquer assistência dos Estados Unidos, desde que reconheça nossa integridade territorial”, disse Daniel Bwala, porta-voz da presidência nigeriana.
Trump afirmou no sábado, 1º, que os Estados Unidos poderiam invadir a Nigéria se os assassinatos de cristãos prosseguissem.
O presidente americano disse ainda que Washington suspenderia ajuda e poderia “disparar indiscriminadamente para aniquilar completamente os terroristas islâmicos”.
Leia mais: Nigéria registra aumento de ataques jihadistas contra cristãos
                                                                    
    
    
    
    
    
    
    
    
    
    
  
  
  
  
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