Mais um amigo de Lula implicado por corrupção na Argentina
O ex-presidente Alberto Fernández é acusado pelo crime de "negociações incompatíveis com o exercício de cargo público"

O juiz federal Sebastián Casanello implicou na quinta-feira, 10, o ex-presidente argentino Alberto Fernández por irregularidades na contratação de seguros para o governo, ação que teria causado um prejuízo de 300 milhões de dólares aos cofres públicos argentinos.
Amigo de Lula, o peronista é acusado pelo crime de "negociações incompatíveis com o exercício de cargo público".
Se for condenado, Fernández pode pegar seis anos de prisão e tornar-se inelegível.
Na decisão, o juiz citou um decreto emitido em dezembro de 2021 por Fernández, pelo qual "foi imposta a obrigação ao setor público de contratar seguro exclusivamente com a Nación Seguros S.A.", empresa comandada por Alberto Pagliano, amigo do ex-presidente.
"Nesse contexto, os corretores Pablo Torres Garcia e Héctor Martínez Sosa pareciam se beneficiar como intermediários nessas apólices", disse o juiz.
As comissões pagas a Martínez Sosa, uma pessoa do "círculo íntimo" de Fernández, somaram 2,252 bilhões de pesos durante a gestão do peronista.
O montante representa quase 60% do total de comissões pagas pela Nación Seguros.
Além de Fernández, outras 33 pessoas foram implicadas pela Justiça argentina.
Casanello também determinou o bloqueio de bens do ex-presidente, no valor de cerca de 11 milhões de dólares.
Essa é a segunda acusação contra Alberto Fernández na Justiça. Em abril de 2025, um tribunal de segunda instância confirmou a acusação em um processo movido por violência de gênero contra a ex-primeira-dama Fabiola Yañez.
Cristina Kirchner
A Suprema Corte da Argentina condenou, por unanimidade, a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, vice de Fernández, a seis anos de prisão por corrupção.
Em novembro de 2024, a Câmara de Cassação havia ratificado a condenação da ex-presidente, considerando comprovada a administração fraudulenta durante seu governo ao favorecer o empresário Lázaro Báez com várias obras públicas na província de Santa Cruz.
O tribunal decidiu que Báez retribuía os benefícios recebidos através de acordos ilícitos envolvendo empresas ligadas à ex-presidente.
Lula foi visitar Cristina Kirchner, que está em prisão domiciliar, durante sua viagem à Argentina para a cúpula do Mercosul.
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