Macron e Starmer querem impedir a migração através do Canal da Mancha
Ambos os líderes estão sob pressão de partidos de da direita nacionalista, como o Rassemblement National (RN) na França e o Reform UK no Reino Unido, que capitalizam a questão migratória

França e Reino Unido anunciaram um novo acordo para gerenciar a migração de refugiados que cruzam o Canal da Mancha, adotando um modelo de "um para entrar, um para sair".
Atualmente, tanto o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, quanto o presidente francês, Emmanuel Macron, enfrentam baixos índices de aprovação.
Recentes pesquisas indicam que apenas 24% da população britânica apoia Starmer, enquanto Macron alcança 21% de aprovação em seu país.
Ambos os líderes estão sob pressão de partidos de da direita nacionalista, como o Rassemblement National (RN) na França e o Reform UK no Reino Unido, que capitalizam sobre as preocupações relacionadas à migração descontrolada.
Projeto colaborativo
Com mais de 21 mil migrantes atravessando o Canal desde janeiro, a situação tornou-se crítica, exigindo ações decisivas dos dois governantes.
Durante a visita oficial de três dias de Macron ao Reino Unido, as duas nações concordaram em implementar um novo projeto colaborativo.
O acordo permitirá que migrantes interceptados ao tentarem entrar ilegalmente no Reino Unido sejam enviados de volta à França. Em contrapartida, para cada pessoa repatriada, uma outra terá permissão para entrar legalmente no território britânico.
Macron destacou que essa abordagem visa enfraquecer a operação das redes de tráfico humano, enquanto a imprensa britânica se referiu ao princípio como "um para entrar, um para sair". Starmer elogiou a iniciativa como uma medida "inovadora".
Primeiro passo
Os líderes ressaltaram que este projeto inicial afetará um número limitado de migrantes e representa um primeiro passo importante.
A criação de um caminho seguro e legal para pedidos de asilo pode desencorajar tentativas arriscadas de travessia do Canal, onde tragédias têm ocorrido com frequência.
No entanto, o número exato de migrantes que poderão ser devolvidos ao Reino Unido não foi especificado; estimativas sugerem cerca de 50 por semana.
Financiamento
O acordo também prevê um aumento no financiamento para a França, embora o montante exato ainda não tenha sido revelado.
Este valor se soma aos 760 milhões de euros previamente destinados por Londres para aprimorar os sistemas de vigilância e combater a imigração ilegal.
A divisão das responsabilidades entre os dois países permanece inalterada: França continuará responsável por impedir que migrantes embarquem em sua costa antes da travessia.
No entanto, autoridades francesas reconhecem que essa tarefa nem sempre é viável; atualmente, as forças de segurança só podem deter embarcações em situações emergenciais.
Espera-se que tanto a Comissão Europeia quanto os Estados-membros participem do novo acordo sobre o Canal da Mancha.
Macron anunciou sua intenção de apresentar o pacto em Bruxelas e solicitar uma avaliação legal da proposta.
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