Lula reclama na ONU de "ingerência em assuntos internos"
"Não há justificativa para as medidas unilaterais e arbitrárias contra as nossas instituições e nossa economia", disse o presidente.

O presidente Lula (foto) criticou a ingerência em assuntos internos, sem citar os Estados Unidos, em seu discurso na 80ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, nesta terça, 23.
"Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regra", disse Lula.
"O autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente às arbitrariedades. Quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas. Em todo o mundo, forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades. Cultivam a violência, exaltam a ignorância, atuam como milícias físicas e digitais e cerceiam a imprensa", afirmou o presidente.
"Mesmo sob ataques sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia reconquistada há 40 anos pelo seu povo depois de duas décadas de governos ditatoriais."
"Não há justificativa para as medidas unilaterais e arbitrárias contra as nossas instituições e nossa economia", disse o presidente.
"A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema-direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias. Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade."
Lula então falou sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e disse que o Brasil, com a condenação, mandou um recado para os candidatos a autocratas em todo o mundo.
"Diantes dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e a aqueles que os apoiam. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis."
Lei Magnitsky
Na segunda, 22, o governo americano impôs sanções, via Lei Magnitsky, à esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes.
As sanções incluíram o Instituto Lex de Estudos Jurídicos, registrado como uma empresa de treinamento profissional e gerencial, mas que segundo o Departamento do Tesouro era usado como uma holding patrimonial da família Moraes.
"Alexandre de Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o Departamento do Tesouro continuará a perseguir indivíduos que fornecem apoio material a Moraes enquanto ele viola os direitos humanos", afirmou o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
Leia em Crusoé: EUA explicam sanções à esposa de Moraes
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Comentários (1)
Joaquim Arino Durán
2025-09-23 11:32:41Não chega os Bolsonaro historicamente ressuscitarem o Lula, agora o bufão laranja deu pra fazer o mesmo.