Ricardo Stuckert/PR

Lula perde palanque político do Mercosul

20.11.23 10:25

O presidente Lula (na foto, com o presidente argentino Alberto Fernández) perdeu o palanque político do Mercosul com a vitória do libertário Javier Milei na Argentina neste domingo, 19.

A partir de 10 dezembro, quando assumirá o novo presidente na Casa Rosada, o Mercosul, que tem quatro membros-plenos, só terá o Brasil com um presidente de esquerda, Lula.

Os outros três são de direita: o paraguaio Santiago Peña, o uruguaio Luis Lacalle Pou e o argentino Javier Milei. A Bolívia deve entrar, mas ainda depende de aprovação nos Congressos dos quatro países (senadores brasileiros adiaram a votação, alegando que o país tem presos políticos).

Com Lula isolado, o petista perderá o seu “clube de amigos ideológicos” — definição usada no início do ano por Lacalle Pou para falar das cúpulas formadas entre presidentes que não avançam em negociações comerciais, apenas fazem declarações políticas a favor de ditaduras como Cuba e Venezuela.

Não que o Mercosul tenha sido criado com esse objetivo. O bloco foi pensado mais como uma área de livre comércio. A questão é que os políticos de esquerda relegaram esse tema para segundo plano, para usar os encontros apenas como púlpitos.

A eleição de Milei na Argentina certamente enfraquece o Mercosul. Entre os membros plenos, o Brasil deverá ser o único país de esquerda“, diz Christopher Mendonça, professor de relações internacionais no Ibmec de Belo Horizonte. “Mesmo com a possível entrada da Bolívia no Acordo de Assunção, a divisão ideológica no bloco deverá torná-lo um espaço de menores convergências.”

Lula, agora, tem duas alternativas. A primeira é ser pragmático e buscar se aproximar dos presidentes de direita, anunciando a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia esta semana. Caso o petista se mostre a favor do livre comércio, evitará brigas com os vizinhos.

A outra é dar menos importância para o Mercosul, que vive um impasse com Paraguai e Uruguai defendendo acordos fora do bloco com outros países. O petista, aliás, já tem feito isso, priorizando em seus discursos ao “Sul Global” e os Brics.

Seja como for, a ideia de Lula de exercer um protagonismo global, mediando a guerra na Ucrânia e se metendo no Oriente Médio, tropeça na primeira esquina da América Latina.

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  1. Vejam aqui na Crusoé a reportagem de José Nêumanne Pinto: "Lula de novo ao lado de Hitler e do Irã". Lula é um sem noção total, jamais poderia ser presidente de qualquer país, no entanto está no 3º mandato do nosso Brasil! O mau caráter da maioria dos políticos no Brasil, a ignorância do povão brasileiro, os traidores petistas e seus aliados do PSOL, PSTU, PC do B, etc. nos faz, neste século, a ter q aturar essa cambada de corruptos e incompetentes lideradas pelo nefasto e péssimo Lula da Silva

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