Justiça de SP autoriza quebra dos sigilos do ministro Ricardo Salles
A Justiça de São Paulo autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (foto). Salles é investigado pelo Ministério Público estadual por suspeita de enriquecimento ilícito no período em que alternou cargos no governo paulista e a atividade de advogado no setor privado, entre 2012 e 2017. A...
A Justiça de São Paulo autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (foto). Salles é investigado pelo Ministério Público estadual por suspeita de enriquecimento ilícito no período em que alternou cargos no governo paulista e a atividade de advogado no setor privado, entre 2012 e 2017.
A medida foi deferida no dia 18 pelos desembargadores da 10ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo. Os desembargadores acolheram um recurso da Procuradoria contra a decisão do juiz de primeira instância que havia negado o pedido. O processo tramita em segredo de Justiça.
Na decisão, o desembargador Antonio Celso Aguilar Cortez, relator do caso, ressalta que Salles apresentou "vultoso incremento no patrimônio em relativamente curto período de tempo, durante o qual exerceu cargo público". Segundo o magistrado, "não é necessário esforço para verificar que a
situação dos autos justifica plenamente a admissibilidade desta ação", referindo-se à quebra do sigilo.
Salles é investigado desde julho deste ano pelo promotor Ricardo Manuel Castro por causa da sua evolução patrimonial. Os bens declarados por ele mesmo à Justiça Eleitoral saltaram de 1,4 milhão de reais em 2012 para 8,8 milhões em 2018, um aumento real de 335%. No período, o ministro atuou como advogado e ocupou os cargos de secretário particular do governador (entre 2013 e 2014) e secretário do Meio Ambiente (entre 2016 e 2017) no governo Geraldo Alckmin, do PSDB.
Entre os bens declarados por Salles na eleição de 2018, quando não conseguiu se eleger deputado federal pelo Partido Novo, estão dois apartamentos de 3 milhões de reais cada, além de 2,3 milhões de reais em aplicações e um barco de 500 mil reais. A lista não inclui uma BMW preta avaliada em 100 mil reais que o ministro comprou em 2016, quando era secretário estadual, por meio de seu escritório de advocacia, como revelou Crusoé.
Na ação em que pediu a quebra de sigilo, o promotor destaca que, em 2014, Salles alegou queda de seus rendimentos por causa do cargo público que ocupava, em uma ação judicial na qual conseguir reduzir o valor da pensão dos dois filhos de 8,5 mil reais para 5 mil reais.
Castro acrescentou ainda que Salles foi condenado em dezembro do ano passado por fraudar o plano de manejo de uma área de proteção ambiental no estado para beneficiar empresas de mineração, quando era secretário do Meio Ambiente. O ministro nega a acusação e recorreu da decisão. Sobre a evolução patrimonial, ele diz que enriqueceu no período em que trabalhou como advogado e seus bens foram declarados à Receita Federal e à Justiça Eleitoral.
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Comentários (10)
Bel
2019-11-24 05:34:19É investigar. Mas parece mais culpado que inocente.
RICHY
2019-11-23 21:13:41Pois é ! A história se repete . Não sei, não vi, declarei tudo !!!
Laonte
2019-11-23 19:19:49Todos os corruptos tem que responder na justiça, seja de direita ou de esquerda, que paguem pelos seus crimes.
CARLOS
2019-11-23 11:41:20É só o Mantega que tem foro privilegiado?
Delano
2019-11-22 22:33:23Caro procurador, o fato de ganhar dinheiro não é motivo para investigação. Se há dúvida na condução do agente público, indício de irregularidade, então que se faça a investigação. Ficar rico, por enquanto, não é crime. O indivíduo deve ser respeitado pelo Estado. Investigação seletiva é indício de ditadura incipiente. Devemos tomar cuidado com o caminho que estamos tomando porque o rigor do agente coercitivo é sempre subjetivo. Basta lembrar o caso da refinaria de Pasadena, no Texas.
Quiet
2019-11-22 21:00:28Se há indícios, tem que investigar mesmo. Tolerância zero com corrupção. Se for inocente que prove!
Cretino
2019-11-22 19:13:42Do jeito que está ficando o ministério de JB, haverá que colocar tornozeleiras nos ministros ou cercar a Esplanada dos Ministérios com arame farpado e torres de vigia.
Brodowski
2019-11-22 18:23:33Esse e todos os demais tem que explicar todo esse enriquecimento ilicito. Tambem o fravio e os demais rachids, simples assim. borsonaro tenha paciencia.
Elcir
2019-11-22 17:52:57tudo no seu tempo.
LuisR
2019-11-22 17:26:48BMW de 100.000 deve estar só a sucata. Que pobreza!!??