Itamaraty não perde a oportunidade de mostrar que é contra Israel
Ministério omite o termo usado pelos judeus para a Esplanada das Mesquitas e os atentados terroristas que levaram às ações militares
O Ministério de Relações Exteriores, Itamaraty, divulgou uma nota na quinta, 26, condenando a visita do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir (foto), à Esplanada das Mesquitas, ou Monte do Templo, em Jerusalém.
O ato merece ser criticado, pois é uma provocação de Ben Gvir aos palestinos, o que pode levar a atos violentos.
Embora não esteja prevista uma mudança nas regras de visitação das duas mesquistas que ficam no local, alguns incendiários usam essas visitas para afirmar que os árabes serão proibidos de frequentar ou rezar nas duas construções religiosas: a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha (ao fundo, na foto).
Omissão intencional
O grave é que a nota do Itamaraty omite o termo pelo qual a Esplanada das Mesquitas é conhecida entre os judeus: Monte do Templo.
É sobre as ruínas dessa antiga construção que estão as duas mesquitas.
Na sua lateral está o Muro das Lamentações, o ponto mais sagrado do judaísmo.
Mensagem
"O governo brasileiro tomou conhecimento, com preocupação, da nova incursão do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, hoje, dia 26, na Esplanada das Mesquitas ('Haram Al-Sharif'), em Jerusalém Oriental", diz a nota do Itamaraty.
"A repetição do ato, contrário ao 'status quo' histórico do sítio sagrado, concorre para exacerbar ainda mais as tensões na região, em meio à continuidade de ataques israelenses na Faixa de Gaza e de incursões militares em cidades palestinas da Cisjordânia", segue o texto oficial.
O texto também não fala sobre os atentados terroristas que levaram às ações militares israelenses.
"O governo brasileiro omite o atentado do Hamas na nota e esquece que existem células terroristas na Cisjordânia, que recentemente foram combatidas com violência até mesmo pela Autoridade Palestina nesta semana", disse a ONG StandWithUs em nota.
Autoridade Palestina contra terroristas
Desde o início de dezembro, forças da Autoridade Palestina, responsável pelo governo na Cisjordânia de acordo com os Acordos de Oslo, realizaram ações contra grupos terroristas em Jenin.
Cerca de 50 pessoas ficaram detidas.
Um homem armado do grupo terrorista Jihad Islâmica e três integrantes das forças de segurança morreram.
Como se vê, as disputas no Oriente Médio têm várias facetas.
Para o Itamaraty, todavia, só existe o lado anti-Israel.
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