Itamaraty ignora MPF em defesa da Lava Jato na ONU e gera mal-estar
Em dezembro do ano passado, o Itamaraty encaminhou ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos uma carta em defesa da operação E$quema S, que investigou desvios na Fecomércio do Rio. A operação havia sido questionada pelo relator especial das Nações Unidas para a independência de juízes e advogados, Diego García-Sayán. O documento, porém, levou...
Em dezembro do ano passado, o Itamaraty encaminhou ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos uma carta em defesa da operação E$quema S, que investigou desvios na Fecomércio do Rio. A operação havia sido questionada pelo relator especial das Nações Unidas para a independência de juízes e advogados, Diego García-Sayán. O documento, porém, levou à instância internacional somente a posição da Polícia Federal e do Conselho Nacional de Justiça, sem mencionar um extenso parecer encaminhado pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro à Procuradoria-Geral da República, criando um mal estar com os procuradores.
Como não viram seu posicionamento refletido no documento enviado à ONU, integrantes da força-tarefa questionaram a PGR, que, por sua vez, disse que encaminhou os documentos ao Itamaraty. O imbróglio caiu no colo do subprocurador Hindemburgo Chateaubriand Filho (foto), secretário de cooperação internacional do MPF, que questionou o MRE por diversas vezes sobre o envio dos papéis, sem receber uma resposta. No final de fevereiro, o procurador perdeu a paciência e, ele próprio, enviou a carta à ONU com os documentos da operação E$quema S.
"A Unidade de Cooperação Internacional da PGR enviou à chancelaria, em 1º de dezembro, documentos pelos quais a força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro provê as informações solicitadas e o material necessário para que o estado brasileiro comentasse sobre o caso submetido ao relator especial", escreve Chateaubriand, em carta ao próprio relator. "No entanto, não houve confirmação do Ministério das Relações Exteriores sobre o envio dos documentos à ONU, apesar dos repetidos pedidos de informação nesse sentido", acrescenta.
Procurado, o Ministério das Relações Exteriores não comentou o bate-cabeça com a PGR. Indagada por meio da Lei de Acesso à Informação, a pasta informou que "os documentos enviados ao MRE pela Procuradoria-Geral da República foram classificados como sigilosos pela PGR".
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Comentários (7)
Márcia
2021-03-08 17:30:04Há muita gente graúda envolvida, vão fazer de tudo para ser arquivado
Leandro
2021-03-08 13:05:38Depois da falsa promessa de fortalecer a lava jato e o combater à corrupção sob as ordens de Sérgio Moro, vemos hj q JB era uma falácia. Um ser q só pensa em poder e se alia aos piores corruptos e genocidas.MORO22
Aguia
2021-03-08 10:07:58Só há uns merdas de cima abaixo...
Wanderlei
2021-03-08 08:01:45O de$intere$$e é enorme.
Fabio
2021-03-07 22:46:08Só quem acha que não é política a operação é aquela pessoa desinformada, que acha que tudo é uma partida de futebol. São torcedores, que querem que o seu time ganhe a qualquer custo, não importa se o gol foi de mão. Afinal, meu time estava jogando "melhor" e, por isso, mereceu ganhar. Infelizmente vivemos em um país que não é sério. O rigor da lei deve sempre valer para o adversário.
Ana
2021-03-07 18:30:40Não responder questionamentos faz parte do modo como este desgoverno atua! Vergonha!
Sillvia2
2021-03-07 17:43:53Mais uma vez, o mesmo desleixado titular do MRE, Ernesto Araújo, levando ao vivo um carão do seu colega de Israel, que o mandou colocar máscara para os devidos cumprimentos protocolares... esquecido de que não estava na casa da mãe joana!