Irã admite ter derrubado avião ucraniano: “erro humano”

A ditadura do Irã admitiu na madrugada deste sábado, 11, ter derrubado o avião ucraniano com 176 passageiros logo após a decolagem do aeroporto de Teerã na quarta-feira, 8 (foto).

Um comunicado das Forças Armadas disse que o avião foi confundido com um objeto hostil por um erro humano em um momento de elevada tensão por causa das ameaças de guerra dos Estados Unidos. A aeronave estava se aproximando de um centro importante da Guarda Revolucionária do Irã.

Até a sexta-feira, 10, autoridades e militares do Irã estavam negando a autoria do Irã e tentando esconder as evidências. Diziam se tratar de uma “guerra psicológica”. Escavadeiras foram enviadas para o local da tragédia para remover os pedaços de fuselagem e dificultar a perícia.

Com o tempo, negar a culpa ficou impossível. Uma equipe ucraniana foi enviada para Teerã para coletar provas. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o do Reino Unido, Boris Johnson, deram declarações dizendo que o avião tinha sido abatido por um míssil iraniano. Fotos do fragmento de um míssil de fabricação russa Tor e um vídeo do momento em que o míssil abate o avião apareceram nas redes sociais.

Neste sábado, as principais autoridades do Irã deram declarações lamentando o ocorrido. “Um dia triste. Conclusões preliminares da investigação interna das Forças Armadas: o erro humano em tempos de crise causado pelo aventureirismo americano levou ao desastre”, escreveu o ministro das Relações Exteriores, Javad Zarif, em sua página no Twitter no sábado. “Nossos profundos arrependimentos, desculpas e condolências ao nosso povo, às famílias de todas as vítimas e a outras nações afetadas”, acrescentou.

“A República Islâmica do Irã lamenta profundamente esse erro desastroso… Meus pensamentos e orações são para todas as famílias em luto. Ofereço minhas mais sinceras condolências”, disse o presidente do Irã, Hassan Rouhani, em comunicado no sábado.