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Houthis atingem embarcação com carga brasileira

12.02.24 18:06

Os Houthis, grupo que controla a porção ocidental do Iêmen, no sul da Península Arábica, atacaram pela primeira vez um navio no Mar Vermelho que continha carga brasileira.

A informação é da Folha de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira, 12 de fevereiro.

Apesar de sair danificado, o navio não foi abatido e permanece rumo ao seu destino, segundo o site de monitoramento Marine Traffic.

A embarcação, chamada Star Isis, leva milho brasileiro ao Irã, que, por ironia, é o principal financiador dos Houthis, grupo que, assim como o regime de Teerã, é xiita.

A Star Isis partiu do porto de Vila do Conde, no Pará, em 12 de janeiro e deve chegar ao porto de Band Imam Khomeini, no Irã, na próxima segunda, 19.

Ela navega com um bandeira das Ilhas Marshall e pertence a uma empresa grega, Star Bulk Carriers.

Ofensiva americana

 

Os Estados Unidos anunciaram em 19 de janeiro que realizaram três novos ataques contra os Houthis no Iêmen.

O grupo terrorista, apoiado pelo Irã, controla a parte ocidental do país árabe e tem lançado ataques a navios na entrada do Mar Vermelho desde novembro.

Os alvos preparavam para lançar mísseis antinavio, informou o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

Esse foi um dos mais recentes episódios da ofensiva inciada pelos americanos e britânicos contra os Houthis no início de janeiro, em decorrência da série de ataques do grupo iemenita a navios cargueiros no Mar Vermelho.

Desde o dia 19 de novembro, ocorreram mais de 30 ataques dos rebeldes.

Leia também: Houthis desafiam EUA e Israel com ataque inédito

A sequência de ataques dos houthis tem inviabilizado parte das rotas comerciais da região. Grandes empresas de navegação, como MSC e Maersk, suspenderam as operações na área, levando a uma queda de 14% no tráfego de petroleiros pelo Canal de Suez desde novembro.

Estes ataques no coração de uma das rotas marítimas mais importantes do mundo sinalizam uma escala com consequências que extrapolam a região.

Em dezembro de 2023, o confronto se intensificou quando o Maersk Hangzhou foi atacado. As forças de segurança do navio e helicópteros da Marinha dos EUA responderam prontamente, afundando três embarcações houthis, marcando a 22ª tentativa de ataque do grupo rebelde desde outubro. O Maersk Hangzhou, apesar de atingido por um míssil, continuou navegável, sem feridos.

Reclassificados como terroristas

 

Em 17 de janeiro, os Estados Unidos reclassificaram os Houthis como grupo terrorista.

Em comunicado, o Departamento de Estado dos EUA afirmou que os ataques “sem precedentes” realizados pelos Houthis contra militares americanos e navios comerciais que operam no Mar Vermelho e no Golfo de Áden se enquadram na definição clássica de terrorismo.

“Eles colocaram em perigo o pessoal dos EUA, os marinheiros civis e os nossos parceiros, comprometeram o comércio global e ameaçaram a liberdade de navegação. Os Estados Unidos e a comunidade internacional estiveram unidos na nossa resposta e na condenação destes ataques nos termos mais fortes”, afirmou o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan.

Em resposta aos contínuos ataques contínuos dos Houthis, os Estados Unidos designaram o grupo iemenita como “terrorista global especialmente designado” (SDGT, na sigla em inglês).

“Esta designação é uma ferramenta importante para impedir o financiamento do terrorismo aos Houthis, restringir ainda mais o seu acesso aos mercados financeiros e responsabilizá-los por suas ações. Se os Houthis cessarem os seus ataques no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, os Estados Unidos reavaliarão imediatamente esta designação”, disse Sullivan.

A designação SDGT entrará em vigor em 17 de fevereiro. Dessa forma, a Casa Branca planeja garantir que sejam implementadas exceções humanitárias robustas, para que as sanções atinjam os Houthis e não o povo do Iêmen.

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  1. Sásinhoooora........ esse mundo é uma muvuca constante, 'ampla, geral e irrestrita'..... e a Humanidade, definitivamente, """não é desse planeta"""!!!! 

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